MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Reunião em Brasília tenta evitar greve no setor aéreo

No setor da aviação, se patrões e empregados continuarem irredutíveis durante reunião que acontece nesta tarde no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, os feriados de Natal e ano-novo poderão ser marcados por greve de aeronautas e aeroviários

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.12.2010, 14:39:01 Editado em 27.04.2020, 20:53:41
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

No setor da aviação, se patrões e empregados continuarem irredutíveis durante reunião que acontece nesta tarde no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, os feriados de Natal e ano-novo poderão ser marcados por greve de aeronautas e aeroviários e caos nos aeroportos. O encontro, recomendado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, de acordo com a presidente do Sindicato dos Aeroviários, Selma Balbino, tem como objetivo a busca de entendimento para o impasse salarial que evite a greve no setor, prevista começar na próxima quinta-feira. Os aeronautas são os profissionais que tripulam os voos (comissários, pilotos e copilotos) e os aeroviários são aqueles que atuam em solo, como mecânicos e pessoal de check-in.


continua após publicidade

Inicialmente, o sindicato dos trabalhadores reivindicava 15% de reajuste nos salários dos aeronautas e 13% para os aeroviários. Contudo, as empresas - representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) - não querem avançar além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6,08%, acumulado dos últimos 12 meses (até novembro). A Assessoria de Imprensa das empresas aéreas informou à Agência Estado que os trabalhadores interromperam, na semana passada, as negociações que vinham sendo mantidas entre as partes, num gesto de intransigência. Essa ruptura do diálogo é que teria levado Jobim a recomendar a busca de entendimento entre as partes.


A presidente do Sindicato dos Aeroviários contesta a informação do sindicato patronal. "Eles mentem muito. É o que sabem fazer", ironizou a sindicalista. "Temos todas as atas das reuniões que provam isso. Só não temos a última porque eles é que tinham de fazê-la e mandar para nós assinarmos. Até agora não nos enviaram a ata", reclama Selma, acrescentando que os empregados concordaram, inclusive, em unificar o pedido de reajuste (para aeronautas e aeroviários) em 13%. Ainda nas críticas, Selma diz que as empresas aéreas estão ganhando muito dinheiro: "Só nos primeiros nove meses de 2010, o número de passageiros em voos internacionais cresceu 29,13% e nos nacionais, 25,61%."


continua após publicidade

A avaliação da sindicalista quanto ao ganho das companhias é contestada pelo sindicato patronal. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Snea, as empresas estão tendo apenas lucro operacional, e não contábil. "O setor aéreo foi o único que cortou gastos e transferiu (tal corte) para os bilhetes. As passagens estão mais baratas e estão sendo vendidas com prazo para serem pagas a perder de vista", defende a assessoria do Snea.


Para Selma, há incoerência no discurso dos empresários do setor. Ela cita que no ano passado, quando a economia estava ainda sob o impacto da crise econômica internacional deflagrada em 2008, as companhias concederam reajuste salarial repondo o INPC mais um ganho real em torno de 2%, o que resultou em um aumento de 8%.


Caos


continua após publicidade

Mesmo que não haja greve dos aeronautas e aeroviários neste fim de ano, quem planeja viajar no Natal e no ano-novo deverá encontrar "um verdadeiro caos nos aeroportos do País", na avaliação do consultor econômico do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Cláudio Toledo. Ao chegar à sede do MPT, os representantes dos trabalhadores afirmaram que as empresas aéreas já venderam mais assentos do que comporta a estrutura aeroportuária brasileira. "O caos já está instalado. Essa história de que a greve é que causará o problema é um discurso terrorista das empresas", afirmou Toledo à Agência Estado.


Segundo ele, no entanto, a paralisação prevista para a próxima quinta-feira poderá ser evitada se na reunião do MPT as empresas aéreas oferecerem um reajuste de dois dígitos. "Dois dígitos seria razoável, mas a decisão dependerá da Assembleia-Geral dos Trabalhadores, que já está marcada para quinta-feira, às 5 horas da manhã. Se (a proposta das empresas) não for aceita, às 6 horas a categoria inicia a greve", disse Toledo.


De acordo com o representante dos trabalhadores, a proposta de reajuste foi apresentada pela categoria no dia 30 de setembro, mas apenas no dia 8 de dezembro, mais de 70 dias depois, as empresas apresentaram uma contraproposta. "Ou seja, a greve poderia ter sido feita em novembro", completou Toledo. Além disso, afirmou, as empresas tentam alterar a data-base do reajuste de 1º de dezembro para 1º de abril.


A última greve geral do setor ocorreu no carnaval de 1988, há mais de 22 anos. Os trabalhadores alegam que, apesar do crescimento nos últimos cinco anos, o setor ainda paga baixos salários com uma jornada de trabalho excessiva.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Reunião em Brasília tenta evitar greve no setor aéreo"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!