A Costa do Marfim ordenou "a suspensão por prazo indeterminado" da transmissão de redes de televisão informativas estrangeiras, anunciou nesta quinta-feira (2) o órgão de regulação audiovisual local. Já o Exército fechou todas as fronteiras do país para "garantir ordem".
Os resultados anunciados hoje pela Comissão Eleitoral, que deram ao opositor Alassane Ouattara a vitória nas eleições presidenciais do último domingo (28), aumentaram a tensão no país e acabaram invalidados hoje.
O Conselho Nacional de Comunicação Audiovisual (CNCA, público) justificou a proibição para "garantir a paz social fortemente afetada" no país.
O anúncio da vitória de Ouattara com mais de 54% dos votos, derrotando o atual presidente do país Laurent Gbagbo, foi rapidamente divulgado pelas redes de televisões estrangeiras disponíveis na Costa do Marfim.
A chapa de Gbagbo dirigiu-se ao conselho para anular os votos "fraudulentos" do norte. A eleição tinha como objetivo unificar o país do oeste africano, exportador de cacau, após uma guerra civil em 2002 e 2003 que dividiu a nação em duas.
Exército fecha fronteiras com resultado das eleições
Também nesta quinta o Exército anunciou o fechamento de todas as fronteiras "até nova ordem", anunciou o Estado-maior em um comunicado TV pública.
- As fronteiras terrestres, aéreas e marítimas do país estão fechadas à circulação de pessoas e bens a partir desta quinta-feira e até nova ordem.
Em declarações à TV pública, o presidente do Conselho Constitucional, Paul Yao N'dré, disse que o órgão deve se pronunciar sobre os pedidos para "dar os resultados definitivos do segundo turno" nas "próximas horas".
ONU pede respeito ao processo eleitoral
Em Nova York, o Conselho de Segurança (CS) da ONU ameaçou "tomar as medidas apropriadas" contra aqueles que travarem o processo eleitoral na Costa do Marfim, disse Susan Rice, embaixadora dos Estados Unidos perante a ONU e presidente em exercício do CS.
- Os membros do Conselho de Segurança reafirmaram a vontade de tomar medidas apropriadas contra aqueles que obstaculizam o processo eleitoral e, em particular, contra o trabalho da Comissão Eleitoral Independente (CEI).
O CS impôs em novembro um embargo de armas e diamantes à Costa do Marfim, com a possibilidade de deixá-los sem efeito, caso as eleições se desenvolvessem bem.
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