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'Foi preconceito', diz mulher de brasileiro morto

"Eu não me conformo que meu marido morreu por preconceito e tenha que ser enterrado num país preconceituoso", desabafou a brasileira Andressa Valéria, de 26 anos, ao telefone. Cansada e emocionada, a manicure paranaense contou em entrevista como viu o

Da Redação

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 Luciano Correia da Silva foi assassinado à facadas quando voltava pra casa. Inconsolada, Andressa Valéria teve de ser amparada por amigos e familiares.
Icone Camera Foto por Carlos Barroso / Correio da Manhã
Luciano Correia da Silva foi assassinado à facadas quando voltava pra casa. Inconsolada, Andressa Valéria teve de ser amparada por amigos e familiares.
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.11.2010, 15:43:00 Editado em 27.04.2020, 20:55:01
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"Eu não me conformo que meu marido morreu por preconceito e tenha que ser enterrado num país preconceituoso", desabafou a brasileira Andressa Valéria, de 26 anos, ao telefone. Cansada e emocionada, a manicure paranaense contou em entrevista como viu o companheiro, o rondoniense Luciano Correia, ser ofendido - e depois morto - por um homem aparentemente embriagado na madrugada de domingo na cidade de Caldas da Rainha, oeste de Portugal.

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"Estávamos voltando de um barzinho, 3h30 da madrugada, caminhando na rua com dois amigos, e ele parou para fazer xixi. Passou esse homem de aproximadamente 40 anos, aparentemente embriagado, e começou a falar 'Brasileiro de m... vai pra sua terra, porco de m...' e o Luciano disse: 'Vou mesmo. Estamos fartos de vocês, desse preconceito, de trabalhar e não receber'. Eu segurei ele pelo casaco, vi o homem tirando o canivete, e me coloquei entre os dois dizendo que estava grávida. Não estou grávida, mas eu falei para ele não fazer nada. Aí o homem foi para o lado dos meninos, o Luciano correu para lá e eu fui buscar ajuda em um café. Foi quando um dos meninos veio me avisar que o homem tinha furado o Luciano."

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O casal, que vivia junto apesar de não ser casado no papel, estava vendendo os pertences e planejava voltar para o Brasil ainda neste ano. "As condições estão muito difíceis em Portugal, não queríamos mais nada aqui, o país está em crise", conta Andressa. A paranaense diz que essa não foi a primeira vez que sofreu preconceito. "Uma vez entrei no banco e fui ofendida, me chamaram de puta brasileira. [...] Foi por preconceito. O homem não matou ele porque ele estava fazendo xixi, foi por preconceito, entende? Tem muitos portugueses bons aqui, muitas pessoas boas. Mas tem muito preconceito também."

Andressa agora pede ajuda para levar o corpo de Luciano Correia de volta ao Brasil. "Os brasileiros daqui estão ajudando com o que podem. Eu queria fazer um apelo por ajuda para enterrar meu marido no Brasil. E avisar para quem está fora do Brasil que faça um seguro de vida porque se algo acontece você não tem como obter ajuda."

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