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Morte de Kirchner muda cenário político

A delicada saúde do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, marido da presidente Cristina Kirchner, era já motivo de alerta dos especialistas. Considerado o real poder no governo da mulher, Néstor sofreu um ataque cardíaco, por volta das 9h30 (horário

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.10.2010, 13:36:00 Editado em 27.04.2020, 20:55:44
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A delicada saúde do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, marido da presidente Cristina Kirchner, era já motivo de alerta dos especialistas. Considerado o real poder no governo da mulher, Néstor sofreu um ataque cardíaco, por volta das 9h30 (horário de Brasília), na cidade natal dele, El Calafate, e veio a falecer num hospital local. No último ano, ele esteve internado em cinco oportunidades, duas delas com obstrução arterial. A morte do líder de 60 anos, que marcou os últimos sete anos da história argentina, muda o cenário político no país.

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Néstor Kirchner foi o 54º presidente da Argentina, cargo que ocupou desde maio de 2003 até 10 de dezembro de 2007, quando conseguiu eleger a mulher dele, Cristina, para sucedê-lo. Antes de ser eleito presidente, ele foi prefeito de Río Gallegos (1987-1991) e governador da província de Santa Cruz (1991-2003).

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Em 2009, foi deputado federal pela província de Buenos Aires, com mandato de 10 de dezembro de 2009 até 10 de dezembro de 2013. No dia 4 de maio de 2010 foi escolhido pelos presidentes da Unasul como secretário geral do grupo. Também foi eleito como presidente do Partido Justicialista (peronista), cargo a que renunciou em 29 de junho de 2009 e voltou a ocupar em 11 de novembro de 2009, assumindo oficialmente em 10 de março.

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A saúde de Kirchner era frágil, mas ele sempre tentava demonstrar o contrário, temendo perder poder. Dois dias depois da última angioplastia sofrida, Kirchner apareceu em um ato político multitudinário, como se nada tivesse ocorrido. Na Argentina, os líderes políticos têm o costume de não informar aos cidadãos sobre seu real estado de saúde. Isso ocorreu com os ex-presidentes Carlos Menem e Fernando De la Rúa, por exemplo. Mas Kirchner foi o mais misterioso, até na hora de sua morte. Embora todos os meios de comunicação da Argentina estejam anunciando a morte de Kirchner, ainda não houve uma nota oficial sobre o assunto.

O governo nunca permitiu a divulgação de informações dos antecedentes médicos de Kirchner, nem antes nem depois de ele assumir a Presidência. Em 2004, ele ficou uma semana de repouso por um problema gastrointestinal, que foi escondido. Um ano mais tarde foi internado na unidade de cuidados presidenciais do Hospital Argerich e não houve informação oficial. Em fevereiro deste ano, o ex-presidente sofreu uma obstrução da artéria carótida.

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Contudo, o episódio mais grave ocorreu no dia 11 de setembro passado, quando teve outra obstrução e foi submetido a uma angioplastia. Ele foi operado de emergência, mas em um primeiro momento o governo negou. Mais tarde houve um comunicado oficial reconhecendo o procedimento, considerado "um êxito". Porém, anonimamente, os médicos começaram a comentar sobre a deterioração do estado de saúde de Kirchner.

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Para o cientista político argentino e diretor do Centro de Estudos União para a Nova Maioria, Rosendo Fraga, a vulnerabilidade da saúde de Néstor Kirchner ratificou sua importância como líder do governo. Sua morte leva à especulação sobre o que sucederá no governo de Cristina a partir de agora sem a liderança do marido. Ele considera que será mais difícil para Cristina manter o controle do peronismo e isso vai debilitar seu governo e impulsionar o crescimento do Peronismo Federal, uma dissidência do PJ criada para enfrentar o casal Kirchner.

"Quando Kirchner presenciou o ato político e retornou à sua atividade política imediatamente após a cirurgia de setembro mostrou que, como sempre, ele redobrava a aposta. Isso implica que ele não estava disposto a ceder em seu objetivo de ser candidato a presidente no ano que vem", comentou Fraga. "A questão agora é saber se Cristina terá a mesma capacidade de manter alinhado o PJ, partido que dá sinais de independência dos dissidentes", afirmou.

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