Militares americanos mataram 680 civis iraquianos inocentes, sendo 30 crianças, em postos de controle no país árabe, revelaram documentos vazados pelo site WikiLeaks.
Os militares, que tinham recebido ordens de disparar contra todo veículo que não parasse nesses controles, mataram quase seis vezes mais civis do que insurgentes.
Segundo os sobreviventes de alguns desses incidentes, as tropas americanas abriram muitas vezes fogo sem aviso prévio.
Em 14 de junho de 2005, marines americanos dispararam contra um veículo no qual viajavam 11 civis que não parou em um controle de Ramadi, a oeste de Bagdá.
Nesse incidente morreram sete pessoas, incluindo duas crianças. As forças da coalizão que invadiram o Iraque foram também acusadas de excessos nos ataques com helicópteros.
O WikiLeaks publicou na última sexta-feira quase 400 mil documentos militares secretos americanos, no que diz ser “o maior vazamento da história do Exército dos Estados Unidos”.
Documentos trazem informações sobre tortura
Os documentos traziam informações sobre violações cometidas pelos militares dos EUA durante a guerra do Iraque. Além de informações sobre erros de procedimentos e relatos de tortura, eles contabilizam pelo menos 15 mil mortes a mais do que o divulgado pelas autoridades – a maioria de civis.
O governo americano protestou contra a divulgação das informações, dizendo que elas colocam em risco as tropas que ainda estão no país, assim como as forças de segurança iraquianas.
Neste sábado (23), o relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a tortura, Manfred Nowak, e a Anistia Internacional que os EUA investiguem os casos de tortura revelados pelos documentos militares publicados pelo WikiLeaks.
Nowak defendeu que os autores das torturas devem ser processados.
- Eu teria esperado que [este tipo de investigação] fosse iniciada há tempos, porque o presidente Obama chegou ao poder prometendo a mudança. [...] O presidente Obama tem a obrigação de cuidar dos casos passados. É uma obrigação investigar.
A Anistia Internacional também pediu a Washington que investigue o quanto as autoridades sabiam sobre os maus tratos a presos no Iraque.
Deixe seu comentário sobre: "Americanos mataram 680 iraquianos em bloqueios"