Infectologistas e microbiologistas de todo o país vão se reunir nesta sexta-feira (22) com técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para discutir medidas a serem adotadas para conter os recentes casos da bactéria KPC (klebsiella pneumoniae carbapenemases), mais resistente a quase todos os antibióticos disponíveis.
A KPC afeta mais os pacientes que estão em estado grave, principalmente os que estão internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). No Distrito Federal, o número de casos aumentou 69,44% em menos de duas semanas. Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (21), o total passou de 108, no dia 8 de outubro, para 183. O número de mortes também aumentou no Distrito Federal, passando de 15 para 18. São Paulo e Paraná também confirmaram casos da superbactéria.
A reunião vai debater medidas de contenção e prevenção de novos casos, padronização de conceitos, diagnóstico, métodos de identificação dessas bactérias, seleção de laboratórios estaduais de referência e fluxos de notificação das infecções.
Serão definidas orientações para que os profissionais de saúde enfrentem o atual caso e futuros surtos de bactérias.
A Anvisa também vai fazer um outro encontro nesta sexta-feira para definir as novas regras de comercialização de antibióticos no país – as medidas devem dificultar a venda e o uso desses remédios.
Antibióticos e higienização
Bactérias resistentes a antibióticos não são uma novidade dos hospitais. Esses micróbios se tornam multirresistentes por causa do uso abusivo de antibióticos – tanto em tratamentos no hospital quanto em casa.
Além disso, a falta de algumas medidas de higiene - como a incorreta higienização de mãos pelos profissionais de saúde - também explica a origem e a proliferação dessas bactérias. No caso da KPC, o que preocupa os especialistas é que essa bactéria tem mais facilidade de se disseminar do que as outras.
Apesar disso, especialistas alertam que não há motivo para pânico da população. Nos hospitais, os pacientes que estão infectados pela bactéria, ou com suspeita de infecção, estão sendo isolados dos demais.
Segundo o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, há um aumento de 30% a 40% na mortalidade de casos relacionados à superbactéria em comparação à média de casos de infecção hospitalar. Mas, ainda assim, não há ambiente de descontrole.
- Esta bactéria já existe no ambiente hospitalar. Há necessidade de saber agora se o que é feito contra as outras [bactérias] é suficiente para a KPC.
Deixe seu comentário sobre: "Combate a superbactéria é discutido hoje"