Em um claro gesto para atrair a atenção dos 19 milhões de latino-americanos aptos a votar nas eleições legislativas do dia 2, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que Cuba terá de comprovar seu "sério" compromisso com a "liberdade" antes de Washington prosseguir com sua política de aproximação. Voltada especialmente aos eleitores de origem cubana, a mensagem foi complementada por uma declaração em favor da "melhoria" das relações entre EUA e Venezuela e pela promessa de Obama de enviar uma ampla reforma da política de imigração ao Congresso após as eleições.
As declarações foram feitas anteontem, em uma entrevista a nove meios de comunicação latino-americanos. Um dos principais desafios do presidente é atrair o eleitorado hispânico para as urnas, já que a participação latina pode ser crucial para os democratas nas disputas apertadas nos Estados da Flórida, Califórnia e Nevada.
Obama assumiu um tom de desconfiança ao falar sobre as reformas recentemente anunciadas por Cuba. Ele afirmou que a decisão de Havana de libertar presos políticos, desde julho, foi "positiva", mas levantou dúvidas sobre o caráter permanente da iniciativa. "Antes de dar novos passos, queremos nos assegurar de que o regime cubano é sério."
Ao tocar em um tema sensível ao eleitorado hispânico, Obama tentou renovar sua intenção de negociar a aproximação entre Washington e Havana, com vistas à gradual eliminação do embargo econômico vigente desde 1962.
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