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Perito da defesa de Bruno diz que crime teria sido omissão de socorro

O médico-legista alagoano George Sanguinetti, contratado pela defesa dos suspeitos de matar Eliza Samudio, minimizou a participação de acusados na suposta morte da modelo, ao afirmar, em entrevista ao R7, que eles teriam praticado o crime de omissão de

Da Redação

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 George Sanguinetti vê falhas da polícia
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George Sanguinetti vê falhas da polícia
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.10.2010, 08:09:00 Editado em 27.04.2020, 20:56:00
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O médico-legista alagoano George Sanguinetti, contratado pela defesa dos suspeitos de matar Eliza Samudio, minimizou a participação de acusados na suposta morte da modelo, ao afirmar, em entrevista ao R7, que eles teriam praticado o crime de omissão de socorro, segundo os depoimentos. Sanguinetti afirma que os depoimentos dizem que a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes foi levada com lesão grave na cabeça ao sítio do goleiro em vez de ter sido levada a um hospital.

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A conclusão faz parte de laudo paralelo que deve ser divulgado nesta quinta-feira (21) pelo médico-legista em Maceió. As análises foram realizadas em laboratórios da Universidade Federal de Alagoas sob a supervisão de Sanguinetti. Ele também aponta falhas da perícia.

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Depoimentos dizem que coronhadas desferidas na cabeça de Eliza provocaram uma lesão onde era possível ver parte da massa encefálica da vítima. Omissão de socorro é crime previsto no artigo 135 do Código Penal. A pena é de seis meses a um ano de prisão, prazo que geralmente é substituído por prestação de serviço para a comunidade.

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De acordo com Sanguinetti, a polícia usou de "artifícios" para incriminar os acusados. Ele disse ter analisado locais onde teriam acontecido pontos-chave do suposto crime, como o sítio do goleiro Bruno e a residência do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, onde a polícia aponta que Eliza morreu, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Em entrevista ao R7, Sanguinetti disse que a perícia não analisou corretamente blusas femininas encontradas na casa vizinha à de Bola. As peças, recolhidas pela polícia, não foram reconhecidas pelos vizinhos. De acordo com o perito, a investigação descartou as roupas por não terem sido achadas secreções humanas. Na opinião dele, essas peças deveriam ter sido analisadas.

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– Era importante ter periciado e determinar de quem eram as roupas.

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Outro item encontrado na casa de Bola foi uma corda. Sanguinetti diz que a Polícia Civil também falhou ao não estudar esse item. Segundo o especialista, o que embasa o inquérito são os depoimentos, mas a veracidade das falas não teria sido checada, segundo ele. O médico-legista dá como exemplo supostos chutes desferidos por Bola em Eliza, também relatados em depoimento. Os sapatos do suspeito não foram analisados pelo Instituto de Criminalística, segundo o alagoano.

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– Não custava nada periciar.

Depoimento de menor

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O inquérito policial também se baseia no depoimento de um adolescente envolvido no crime, o primo de Bruno. Segundo Sanguinetti, o Instituto Médico Legal de Minas Gerais emitiu um laudo sobre a oitiva (audição da autoridade da investigação, no jargão técnico) do garoto. Sanguinetti diz que isso vai além da função do órgão. O documento assegura que a descrição do garoto sobre um estrangulamento está de acordo com a realidade.

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– Imagina se eles começam a emitir laudos para cada oitiva feita pela Polícia Civil?

Posteriormente, o jovem disse que inventou a história, pois estava sob o efeito de drogas. O garoto também desmentiu a versão de que o corpo de Eliza teria sido dado para ser comido por cães. Sanguinetti analisou o pátio onde os cachorros teriam devorado o cadáver. Segundo ele, não há indícios de que o suposto crime, descrito pelo menor de idade, tenha ocorrido no local.

A Polícia Civil de Minas Gerais disse, por meio da assessoria de imprensa, que não vai rebater as críticas de Sanguinetti. Segundo a polícia, as conclusões dos laudos anexos às provas que compõem os sete volumes do inquérito policial sobre o sumiço da Eliza já foram encaminhadas à Justiça.

A instituição ainda diz que coube ao Ministério Público avaliar e apresentar as denúncias. A assessoria de imprensa ressaltou que agora a questão passa a ser da ordem da Justiça e que não cabe mais à polícia comentar a questão.

Bruno e outros oito acusados respondem a processo por homicídio em Minas Gerais. Sanguinetti foi contratado no início de agosto pela defesa do goleiro Bruno. Ele já trabalhou em outros casos de repercussão na imprensa, como o caso da morte da menina Isabella Nardoni, em que as análises do médico-legista foram descartadas pela defesa após a troca de advogados que defenderam os condenados pelo crime, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

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