O juiz Leandro Bittencourt Cano deve ouvir, nesta quarta-feira (20), os dois acusados de matar a advogada Mércia Nakashima. O depoimento dos réus Mizael Bispo e Evandro Bezerra Silva só deve ocorrer depois que o magistrado terminar de ouvir as testemunhas do caso. Ainda faltam os depoimentos de três delas: Wilson da Silva Ferreira, Leonardo de França e o perito Renato Pattoli. A audiência de instrução do caso Mércia teve início no fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, na segunda-feira (18).
Após o depoimento dos acusados, o juiz deverá decidir se os dois devem ser levados a júri popular. Na terça-feira (19), o magistrado afirmou que, caso não consiga concluir o interrogatório até as 19h desta quarta, ele pode estender a audiência para a quinta-feira (21).
Na terça, foram ouvidas 11 testemunhas de defesa, entre elas o delegado responsável pela investigação, Antônio de Olim. Para o promotor Rodrigo Merli, o depoimento do delegado foi o mais importante porque esclareceu como foram feitas as investigações e também falou sobre as provas técnicas que incriminariam Mizael e Evandro.
Já para a defesa, a presença do delegado foi importante porque, segundo o advogado Samir Haddad Júnior, Olim não soube explicar porque o relatório do rastreador de Mizael não apontava todas as ruas percorridas pelo acusado.
Ao final da sessão, Haddad Júnior declarou que ainda tem esperança de que seu cliente não seja levado a júri.
- Se não tivesse esperança, não estaria aqui.
Também prestaram depoimento na terça funcionários do posto onde trabalhava o vigia Evandro. Eles disseram ao juiz que viram o segurança por volta de 19h30 do dia do desaparecimento de Mércia, 23 de maio, contrariando a prova produzida pela polícia que aponta que, nesse horário, Evandro estava distante do posto e na região entre a casa da advogada e da avó dela.
Amigos de faculdade de Mizael também estiveram presentes para contrariar o depoimento da irmã de Mércia, Claudia Nakashima, que declarou que o réu chegou a ameaçar um professor deles.
Habeas Corpus
Nesta quarta-feira, a 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo deve julgar o mérito do pedido de liberdade dos réus. Os dois estão livres graças a uma decisão provisória de uma das desembargadoras do TJ.
O promotor Rodrigo Merli disse, na quarta, que não tinha expectativa de que eles revertessem a decisão de manter o acusados em liberdade. Mas afirmou que vai, ao final da audiência de instrução, fazer um novo pedido de prisão preventiva.
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