Três coronéis da polícia do Equador foram presos nesta sexta-feira (1º) acusados de tentativa de assassinato contra o presidente do país, Rafael Correa, durante a rebelião policial da última quinta-feira (30), informou a promotoria equatoriana.
- O promotor [da Província] de Pichincha, que foi encarregado desta investigação, determinou a prisão preventiva.
De acordo com uma fonte anônima ouvida pela agência de notícias France Presse, os três oficiais são suspeitos de "vários crimes", incluindo o de "tentativa de assassinato do presidente". Os coronéis serão ouvidos neste sábado (2) por um juiz, que decidirá se mantém a prisão preventiva.
O canal de TV Ecuavisa e o site Ecuadorinmediato informaram que os policiais presos são Manuel Rivadeneira, Julio César Cueva e Marcelo Echeverría.
Rebelião deixou ao menos oito mortos
A rebelião policial da última quinta-feira no Equador deixou ao menos oito mortos e 274 feridos, segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.
Durante a revolta, Correa foi cercado por policiais rebeldes em um hospital, onde era medicado após ser agredido nos arredores de um quartel tomado pelos amotinados.
Após intenso tiroteio, militares e policiais leais ao governo resgataram Correa do hospital, e o presidente seguiu para o palácio presidencial.
A rebelião foi deflagrada após a aprovação da lei que reduz benefícios salariais de policiais e militares.
Equador muda cúpula da polícia
O governo do Equador mudou toda a direção da polícia do país, da qual saíram seis generais, depois da rebelião contra o presidente Correa na última quinta-feira.
De acordo com uma fonte oficial ouvida pela agência de notícias Efe, a"gora há uma nova cúpula", composta por quatro generais que estão há menos tempo na ativa que os militares que saíram da corporação.
Nesta sexta-feira, o comandante geral da polícia, Freddy Martínez, anunciou que deixaria seu cargo e será substituído por Patrício Franco.
Com a promoção de Franco, os generais que tinham categoria superior à dele e que trabalhavam com Martínez também abandonaram o serviço ativo na corporação.
Presidente vê tentativa de golpe
Correa disse aos ministros das Relações Exteriores da União de Nações Sul-americanas (Unasul) - que o visitaram em Quito para expressar apoio - que a rebelião de policiais foi uma tentativa de golpe de Estado. O presidente também afirmou que, após o fracasso dessa estratégia, o "plano B" era matá-lo.
Os ministros de Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela e delegados de Brasil e Guiana ratificaram em Quito sua condenação à suposta tentativa golpista no Equador e anteciparam sua intenção de elaborar um estatuto para enfrentar fenômenos com esse.
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