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Putin é reeleito, diz boca de urna, mas não atinge meta de comparecimento

IGOR GIELOW MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - Vladimir Putin está, como previsto, reeleito como presidente da Rússia e com uma votação dez pontos percentuais acima do seu resultado em 2012, segundo pesquisa de boca de urna divulgada pelo instituto FOM. Mas s

Da Redação

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Publicado em 18.03.2018, 17:55:00 Editado em 18.03.2018, 17:55:10
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IGOR GIELOW

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MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - Vladimir Putin está, como previsto, reeleito como presidente da Rússia e com uma votação dez pontos percentuais acima do seu resultado em 2012, segundo pesquisa de boca de urna divulgada pelo instituto FOM. Mas seu objetivo de repetir ou superar os 65% de comparecimento às urnas da eleição passada não deu certo, apesar da intensa propaganda do governo e de pressões variadas sobre grupos como funcionários públicos.

Segundo a Comissão Eleitoral Central, o comparecimento ficou um pouco abaixo em torno de 60%. O dado não é final porque ainda há contagem em vários pontos do país, que tem nada menos que 11 fusos. Analistas viam o número como o piso para que o Kremlin se desse por satisfeito, embora a campanha de Putin tenha subido a barra para mais próximo de 70% nos últimos dias.

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Segundo a pesquisa de boca de urna, Putin teve 73,9% dos votos (contra 63% em 2012). Em segundo lugar vem o candidato do Partido Comunista, Pavel Grudinin, com 11,2%, seguido por Vladimir Jirinovski (Partido Liberal Democrático), com 6,7%. A surpresa veio para Ksenia Sobchak, a socialite e jornalista, que na pesquisa marcou 2,5% -vinha pontuando abaixo de 1% em sondagens anteriores ao pleito. Se confirmada a votação, será o melhor resultado de Putin desde sua primeira eleição, em 2000 -em 2004, teve 71% dos votos. “Essa vitória é um sinal da esperança”, disse Putin ao público de um evento montado junto a uma das saídas da praça Vermelha, coração de Moscou e sede do Kremlin. O palco recebe artistas que em show comemorativo do quarto aniversário da anexação da Crimeia, península de maioria russa que ficava na Ucrânia.

A reabsorção do território, que fora russo até 1954, é considerado o mais vistoso prêmio de política externa para o eleitorado de Putin, tendo desde então lhe garantido mais de 80% de popularidade, embora tenha custado sanções e isolamento internacional ao país. O evento é tão central para o grupo no poder que o Parlamento atrasou a data da eleição em uma semana para que coincidisse com a celebração.

Ao fim de sua fala, Putin puxou o coro “Rússia, Rússia, Rússia”. Menos exultante estava Grudinin, o empresário que nem filiado é ao Partido Comunista. “Fizemos uma campanha digna, mas essa eleição tem muitas fraudes”, afirmou. Na mesma linha foi Ksenia, que acusou o pleito de ser uma farsa desde o começo da campanha.

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Denúncias de irregularidades se multiplicaram pelo país, e foram amplamente registradas pelo sistema de monitoramento por câmeras das seções eleitorais, dando materialidade aos relatos de oficiais colocando votos retirados de gavetas diretamente nas urnas. A quantidade de episódios suspeitos registrados no país pela ONG Golos ficou abaixo de mil, o que sugere que o movimento pode não ter sido decisivo para o bom resultado -além disso, a Comissão Eleitoral Central diz que vai invalidar votos de todas as seções com fraudes comprovadas.

A abstenção era a única preocupação de Putin em um pleito para o qual ele era amplamente favorito. O ano de 2017 viu surgir um movimento de oposição baseado em convocações pela internet, liderado pelo ativista Alexei Navalni, que promoveu atos gigantescos em toda a Rússia. Com isso, houve um crescimento na abstenção nas eleições municipais e regionais realizadas em alguns lugares em setembro. Em Moscou, só 14% apareceram para votar.

O resultado do pleito deverá ser anunciado às 2h (20h no Brasil), quando faltarão apenas votos residuais de cantos ermos da Rússia. Putin, com o novo mandato até 2024, só perderá para o ditador soviético Josef Stálin (de 1925 a 1953) em longevidade no poder desde o fim do Império Russo, em 1917. Ele governa a Rússia como presidente desde 2000, tendo sido primeiro-ministro por quatro meses em 1999 e por quatro anos de 2008 a 2012, quando dava as cartas no governo de seu pupilo Dmitri Medvedev.

Ele votou no centro da cidade perto das 10h, após um início de dia com temperaturas na casa dos 20 graus negativos -que, com o sol, viraram bem mais toleráveis 5 graus negativos ao longo da tarde. Na saída da seção eleitoral da Academia Russa de Ciências, foi perguntado por repórteres qual seria a votação que ele consideraria satisfatória. “Qualquer número de votos que me dê o direito de executar o papel de presidente”, afirmou ele, que disse votar em si mesmo porque acredita no seu programa.

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