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Balas usadas em ataque a vereadora são de lote de 2006 da Polícia Federal

SÉRGIO RANGEL, LUCAS VETTORAZZO E NICOLA PAMPLONA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A munição usada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na quarta-feira (14) no Rio foi comprada pela Polícia Federal em dezembro de 2006 e pertence ao mesmo lo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.03.2018, 21:00:00 Editado em 16.03.2018, 21:00:11
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SÉRGIO RANGEL, LUCAS VETTORAZZO E NICOLA PAMPLONA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A munição usada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na quarta-feira (14) no Rio foi comprada pela Polícia Federal em dezembro de 2006 e pertence ao mesmo lote encontrado na maior chacina da história do estado de São Paulo, que deixou 17 mortos em agosto de 2015 em Osasco e Barueri.

Na época, a investigação da polícia paulista descobriu que parte das cápsulas achadas no local do crime pertencia ao lote UZZ-18, comprado pela PF de uma empresa privada. Três PMs e um guarda civil foram condenados pela chacina.

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Não é possível dizer que esse grupo tenha relação com quem matou a vereadora carioca de 38 anos e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, 39, já que desvios de munição comprada por órgãos oficiais não são raros, assim como a prática de reaproveitar cápsulas de projéteis já disparados.

Policiais envolvidos na investigação no Rio, porém, avaliam ser mais um elemento para reforçar a suspeita de envolvimento de agentes de segurança no crime, já que a munição tem origem em uma instituição oficial e havia sido utilizada em assassinatos cometidos por policiais.

Marielle e Anderson foram mortos com tiros de pistola 9 milímetros, modelo de arma usado por agentes públicos, em uma rua do Estácio.

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Ativista de direitos humanos e crítica da violência policial, ela foi atacada dois dias antes de completar um mês da intervenção federal na segurança do Rio decretada pelo presidente Michel Temer. O comando das polícias e do setor penitenciário, desde então, está nas mãos do general Walter Braga Netto.

A informação sobre a origem da munição usada no crime foi divulgada pelo RJ1, da TV Globo, que apontou não haver sinais de modificações.

CARROS

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A polícia já tem convicção de crime premeditado e identificou dois carros envolvidos no assassinato -a placa de um deles estava adulterada.

O carro que transportava Marielle foi seguido pelos dois veículos desde a saída da Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, na Lapa (centro), onde ela participou de debate.

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Segundo imagens de câmeras de segurança, dois homens ficaram mais de duas horas em um dos carros aguardando a saída da vereadora. O veículo estava estacionado atrás do de Marielle.

No período em que ela participava do debate, os suspeitos foram vistos falando ao celular. Os carros deles trocaram sinais de farol logo após a saída da vereadora -e depois seguiram atrás dela.

No caminho, passaram em frente ao batalhão de choque e ao hospital da PM. Marielle foi morta quando um carro emparelhou e disparou ao menos 13 tiros. Ela levou quatro tiros na cabeça. O veículo dela parou no muro dos fundos da policlínica da Polícia Civil.

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ROUBADA

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta (16) que a munição foi roubada da PF e que, pelas informações preliminares, teriam sido desviadas da superintendência da instituição no Rio e da sede dos Correios na Paraíba.

O crime contra Marielle, para ele, não abala ou enfraquece a intervenção no Rio.

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"Se esse crime, é uma hipótese, foi cometido no sentido de confrontar ou abalar a intervenção federal, é preciso dizer que ela está no caminho certo. É uma tragédia que gostaríamos que nunca acontecesse, mas isso só nos dá mais determinação para prosseguir adiante", disse.

Além da possibilidade de envolvimento direto de algum policial no desvio da munição, a PF considera que pode ter ocorrido desvio de material da corporação ou furto de armas e projéteis utilizados por algum agente.

A investigação do crime levará em conta a logística de distribuição das munições em território nacional.

O promotor Marcelo de Oliveira, que atuou na investigação da maior chacina de São Paulo, diz que uma testemunha de defesa do caso citou um sargento do Exército que teria sido demitido depois de desviar munição ao Rio.

Oliveira apurava também a possibilidade de um dos acusados ter tido acesso ao arsenal do Exército enquanto prestou serviço no órgão.

Além da munição com origem na PF, igual à do crime no Rio, outros lotes envolvidos na chacina da Grande São Paulo tinham sido comprados pelo Exército e pela PM.

"A gente não sabe o caminho dessas munições. Porque um pode ser responsável pelo desvio, e esse fica incumbido de distribuir para determinado, traficante, integrante de milícia. Aí perde todo o controle", diz Oliveira.

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