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Universidade catalã cria algoritmo para contar multidões

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona e da Universidade de Florença anunciaram recentemente que desenvolveram uma nova ferramenta para estimar a quantidade de pessoas em uma aglomeração. A técnica

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.03.2018, 20:45:00 Editado em 15.03.2018, 20:45:09
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona e da Universidade de Florença anunciaram recentemente que desenvolveram uma nova ferramenta para estimar a quantidade de pessoas em uma aglomeração.

A técnica tem potencial para o uso político, dadas as frequentes discussões sobre as dimensões reais de protestos.

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Em Barcelona inclusive, houve divergências recentes a respeito de quantas pessoas tinham ido às ruas para pedir a independência da Catalunha, um território espanhol.

A ferramenta apresentada pelo Centro de Visão por Computador da universidade catalã usa fotografias para estimar as multidões. O computador é capaz de calcular a dimensão de um protesto a partir da ideia de "deep learning".

A ideia é ensinar um computador a realizar uma tarefa --no caso dessa pesquisa, a estimar as aglomerações.

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Para que a máquina aprenda a fazer a conta, é preciso alimentá-la com milhares de imagens dizendo quantas pessoas há em cada caso.

"Mas esse processo consome muito tempo, e não havia fotografias suficientes em que sabíamos a quantidade exata de pessoas", diz à Folha o cientista holandês Joost van de Weijer, o responsável pela equipe. "Nossa contribuição foi ensinar ao computador como comparar imagens", afirma.

Weijer mostrava uma fotografia e dizia à máquina que havia tantas pessoas ali. Em seguida, mostrava um recorte menor daquela mesma foto e explicava que necessariamente representava menos pessoas. Depois, entregava uma porção um pouco maior. Aos poucos, o computador aprendeu a fazer a conta.

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Os pesquisadores dizem que a técnica é mais precisa do que outras disponíveis no mercado porque, com o "deep learning", elimina as imprecisões causadas pela distribuição desigual de pessoas em uma imagem.

O uso não está restrito ao cálculo de protestos --a ferramenta pode ser utilizada também por câmeras de segurança para controlar o fluxo de pessoas no espaço público, algo já testado em Barcelona.

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A pesquisa foi desenvolvida nos últimos cinco meses e ainda precisa ser afinada. A margem de erro fica entre 10% e 20%.

Com o anúncio da ferramenta, mesmo antes de ela ser apresentada em junho no Congresso de Visão por Computador e Reconhecimento de Padrões, em Utah (EUA), já há empresas interessadas em testar o método.

A perspectiva da equipe é de que a técnica não seja usada sozinha para contar as multidões. Afinal, o cálculo é feito apenas a partir de imagens, o que impõe algum limite. Uma das possibilidades é combinar a ferramenta com outras, como aquela utilizada pelo Datafolha.

O Datafolha tem sua própria metodologia: combina o rastreamento in loco, para observar a concentração por metro quadrado, com técnicas amostrais de pesquisa para estimar o número de pessoas diferentes que participaram do evento em algum momento. O instituto não usa fotos.

Como indício do interesse político nesse tipo de pesquisa, o anúncio empolgou o governo regional catalão, hoje em atrito com a autoridade central de Madri.

"Nunca mais teremos que debater quanta gente há em uma manifestação", disse Jordi Puigneró, secretário de telecomunicações do governo catalão, durante o Mobile World Congress. "Esse é um elemento de controvérsia e, em alguns casos, de manipulação", afirmou, segundo o jornal El País.

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