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Corpo de Marielle Franco será velado na Câmara Municipal do Rio

RIO DE JANEIRO, SP (FOLHAPRESS) - O corpo da vereadora Marielle Franco, 38, será velado a partir do final da manhã desta quinta (15) na Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, no centro da cidade. Familiares ainda não decidiram o horário que a cerimônia s

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.03.2018, 08:55:00 Editado em 15.03.2018, 08:55:10
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RIO DE JANEIRO, SP (FOLHAPRESS) - O corpo da vereadora Marielle Franco, 38, será velado a partir do final da manhã desta quinta (15) na Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, no centro da cidade.

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Familiares ainda não decidiram o horário que a cerimônia será aberta. Manifestantes marcaram um ato na Cinelândia. No início da manhã, técnicos do IML (Instituto Médico Legal) encerraram a necropsia no corpo da vereadora. Eles aguardam apenas a chegada de familiares da socióloga para a liberação do corpo.

Marielle foi morta na noite de quarta (14) a tiros que atingiram a cabeça dela. O motorista Anderson Pedro Gomes também morreu no ataque. Ele foi atingido por três tiros. Fernanda Chaves, assessora da vereadora, sobreviveu. Ela foi ferida por estilhaços e prestou depoimento aos policiais na madrugada desta quinta.

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Outra testemunha também foi ouvida por policiais. Pelo menos nove tiros foram disparados. Marielle foi morta na noite desta quarta no Estácio, zona norte do Rio. A vereadora era aliada do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio.

Freixo disse que todas as características do crime são de execução e que vai cobrar providências. Marielle é nascida e criada no complexo de favelas da Maré, uma das regiões mais violentas da cidade. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em administração pública pela UFF (Universidade Federal Fluminense), a parlamentar foi a quinta vereadora mais votada do Rio na última eleição. Ela obteve 46.502 votos.

No mês passado, foi nomeada relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal no Rio. Marielle era contra a ação do governo federal.

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REPERCUSSÃO

O governo federal afirmou que toda a apuração do assassinato da vereadora e informou que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda investigação.

Por meio de nota, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), lamentou "o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco cuja honradez, bravura e espírito público representavam com grandeza inigualável as virtudes da mulher carioca".

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Em nota, o PSOL exigiu apuração imediata e rigorosa do crime e destacou a atividade política da vereadora. "A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta".

O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, disse que vai cobrar uma imediata e rigorosa apuração do crime. “A OAB/RJ não vai descansar enquanto os culpados não forem devidamente punidos. Os tiros contra uma parlamentar eleita e em pleno cumprimento do mandato atingem o próprio Estado democrático de Direito”, disse.

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Em nota, a Anisita Internacional disse que o estado deve garantir uma investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora. "Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial. Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco."

VIOLÊNCIA

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado.

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Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.

A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade. Somente neste ano, 23 PMs foram assassinados no estado —foram 134 em 2017.

Policiais, porém, também estão matando mais. Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia.

Em meio à crise, a política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu —estudo da PM cita 13 confrontos em áreas com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016. Nesse vácuo, o número de confrontos entre grupos criminosos aumentou.

Com a escalada nos índices de violência, o presidente Michel Temer (MDB) decretou a intervenção federal na segurança pública do estado, medida que conta com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe das forças de segurança do estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando. Braga Netto trabalha agora em um plano de ação.

Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros estados com patamares ainda piores.

No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio tinha taxa de 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 58,1 de Sergipe, 52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo.

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