GUILHERME MAGALHÃES
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - A chanceler alemã, Angela Merkel, foi confirmada nesta quarta-feira (14) no cargo pelo Bundestag, o Parlamento alemão, e deu início a seu quarto mandato, desgastada após quase seis meses depois das eleições de setembro.
As negociações para formar a coalizão, primeiro com liberais-democratas e verdes, depois com os sociais-democratas, foram as mais longas na Alemanha do pós-guerra.
A incerteza em torno do novo governo parou a principal economia da União Europeia, vista como uma das lideranças globais a preencher o vácuo deixado pelos EUA com Donald Trump e o "brexit", a saída britânica do bloco.
A votação desta quarta foi uma formalidade. Mas os 364 votos que recebeu entre 709 membros do Bundestag foram 35 a menos que os 399 que o governo teoricamente tem assegurados com a coalizão entre a CDU de Merkel, seus fiéis aliados bávaros da CSU (União Social-Cristã) e o SPD (Partido Social-Democrata).
Após o anúncio do resultado da votação, a chanceler foi aplaudida por membros de todas as bancadas --com exceção da ultradireitista AfD (Alternativa para a Alemanha).
O partido emergiu das eleições como a terceira força no Parlamento e agora, com a entrada do SPD no governo, é a maior bancada da oposição.
Especulava-se que seus líderes, Alexander Gauland e Alice Weidel, sequer fossem cumprimentar a chanceler, mas o fizeram perto do final. No dia seguinte à eleição, Gauland prometeu "caçar Merkel".
As pesquisas mostram que a AfD ganhou popularidade nos meses de governo paralisado. Algumas sondagens mostram o partido como segunda força, ora empatado ora à frente do SPD.
Ex-líder da AfD que saiu por discordar do rumo da sigla, Frauke Petry presenteou Merkel com um livro do jornalista Jürgen Leinemann sobre como os políticos ficam intoxicados pelo poder.
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