MARIA LUÍSA BARSANELLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Habituado a uma pesquisa histórica e de ocupação de espaços não convencionais, o Grupo XIX de Teatro faz sua primeira incursão no teatro infantil com "Hoje o Escuro Vai Atrasar para que Possamos Conversar", espetáculo em cartaz em São Paulo.
A nova montagem partiu de uma vontade da companhia de falar a crianças sobre assuntos espinhosos. Chegaram ao bullying e encontraram no livro "De Repente, Nas Profundezas do Bosque", do israelense Amós Oz, uma metáfora para o tema.
A trama, adaptada da obra de Oz e escrita pelo também ator Ronaldo Serruya, se passa num vilarejo onde os animais já não existem.
Zombada pelos colegas por ser diferente, a garota Luna (Juliana Sanches) foge do local, e os seus amigos Santi (Rodolfo Amorim) e Clara (Janaina Leite) vão em busca da colega, descobrindo na jornada o motivo do desaparecimento dos bichos.
O espetáculo começa no palco do Centro Cultural Banco do Brasil, mas logo se espalha por outros cantos do instituto. A plateia é divida em dois grupos, que exploram a arquitetura art nouveau do prédio, como se vissem nas curvas de janelas e escadarias as formas da natureza.
Ao fim, o público sobe ao palco e brinca com tecidos e objetos, fazendo do local "uma grande selva", diz Luiz Fernando Marques, que divide a direção com Amorim.
"Queremos criar um espaço de diálogo, para que crianças e adultos conversem sobre o bullying", afirma Serruya, que interpreta um personagem andrógino (espécie de espírito da natureza) e reforça em sua dramaturgia a necessidade de ter empatia por quem é diferente.
Como diz a personagem Luna: "Quem zomba de alguém sempre zomba junto. Quem é motivo de zombaria sempre está sozinho".
HOJE O ESCURO VAI ATRASAR PARA QUE POSSAMOS CONVERSAR
QUANDO sáb., às 11h, até 23/6; a partir de 1º/6, sessões também sex., às 11h
ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/ 3113 3652
QUANTO Preço R$ 20. Classificação livre
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