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Obras modernas têm preservação avaliada em SP

FRANCESCA ANGIOLILLO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O destino de obras de Rino Levi, Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi, entre outros nomes da arquitetura moderna em São Paulo, pode ser decidido em uma reunião na manhã desta segunda (12). A 666ª reunião

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.03.2018, 06:15:00 Editado em 12.03.2018, 06:15:08
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FRANCESCA ANGIOLILLO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O destino de obras de Rino Levi, Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi, entre outros nomes da arquitetura moderna em São Paulo, pode ser decidido em uma reunião na manhã desta segunda (12).

A 666ª reunião extraordinária do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), marcada para as 10h, deve durar o dia todo.

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Será a penúltima das reuniões regulares que o Conpresp tem realizado para atender ao disposto na portaria 166, de 2016, que determina que processos de tombamento que estivessem abertos na data deviam ser analisados até 22 de março deste ano.

Os cerca de 800 imóveis nessa situação foram divididos em blocos temáticos, cabendo ao encontro de hoje as obras do período modernista.

Preocupados com o futuro das edificações, erigidas entre as décadas de 1920 e 1970, 22 professores de escolas de arquitetura redigiram uma carta, que esperam que seja lida na reunião, ressaltando a importância de sua preservação.

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A inquietude do grupo decorre de um precedente recente, a decisão contrária ao tombamento de uma vila residencial de Flávio de Carvalho (1899-1973) nos Jardins (zona oeste) que era o único projeto construído na cidade de autoria do artista modernista.

Em outubro do ano passado, o processo de tombamento, de 2004, foi arquivado, dando aos proprietários poder de decidir seu destino.

Muitas das casas, hoje de uso comercial, foram descaracterizadas, o que justificou, aos olhos do Conpresp, que não fossem protegidas, mesmo se o parecer técnico recomendava o contrário.

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O risco de que isso pudesse acontecer com obras como o salão de festas do clube Pinheiros, projeto do pioneiro modernista Gregori Warchavchik (1896-1972), motivou a ação dos professores.

Para José Lira, professor titular da FAU-USP que idealizou a carta, o argumento da descaracterização é "absolutamente ultrapassado".

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"Há décadas, os preservacionistas vêm assumindo e operando com as marcas do tempo como dados fundamentais e, em seus trabalhos de restauro, afirmando criticamente a distância temporal que nos separa do original."

PARECERES

O Conpresp é composto de representantes de associações, como o Instituto de Arquitetos do Brasil e a OAB; da Câmara de Vereadores; e de secretarias municipais.

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O Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), que elabora pareceres técnicos sobre processos de tombamento, também participa do conselho, representado por sua diretora, Mariana Rolim

Rolim, que é arquiteta, explica que o Conpresp pode ver na descaracterização impedimento à preservação. No caso do conjunto nos Jardins, diz, já se perdera a "ideia de vila".

Ela diz ainda que, em outros casos, o tombamento foi determinado pelo conselho apesar da descaracterização.

Rolim cita os exemplos da escola Marina Cintra, na Consolação (região central), e do sítio do Periquito, em Parelheiros (região sul) -este, diz, está mesmo em ruínas, mas permite perceber suas características, cujo proprietário se dispôs a resgatar.

A diretora recorda que uma de suas atribuições como representante do DPH é levar ao conselho não só sua posição mas as diversas visões que membros do corpo técnico adotam no processo.

Dentro do grupo, pode haver quem defenda tombar um bem, não tombar ou quem sugira um tombamento parcial.

Por fim, ela frisa ainda que pode ocorrer o inverso do que houve na vila de Flávio de Carvalho -um parecer ser contrário ao tombamento e ela apresentar ao órgão argumentos pela preservação.

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