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'O Silêncio do Céu' expõe os sons mudos da violência

GABRIEL BOSA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A quietude que permeia o relacionamento de Diana (Carolina Dieckmann) e Mario (Leonardo Sbaraglia), protagonistas do filme “O Silêncio do Céu”, é mais complexa do que a falta de diálogo. A comunicação truncada fun

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.03.2018, 13:35:00 Editado em 08.03.2018, 13:35:10
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GABRIEL BOSA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A quietude que permeia o relacionamento de Diana (Carolina Dieckmann) e Mario (Leonardo Sbaraglia), protagonistas do filme “O Silêncio do Céu”, é mais complexa do que a falta de diálogo. A comunicação truncada funciona como instrumento de agressão, escondendo velhos medos, rancores e incertezas.

Essa foi uma das conclusões do debate que se seguiu à exibição do filme brasileiro, de 2016. O longa conta a história de um casal que reata o relacionamento após uma separação de dois anos, mas enfrenta uma situação violenta na primeira semana em que o marido volta para casa. Diana é estuprada, Mario assiste à cena, escondido, sem conseguir agir. Ela não conta que foi agredida e ele não diz que viu tudo.

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A decisão da mulher em esconder a agressão aflora antigos transtornos em Mário, tornando o segredo uma forma distinta de violência. “Toda tranquilidade tem caráter encobridor, funciona como uma fachada que oculta os verdadeiros e perturbadores pensamentos e vivências dos protagonistas. Nessa história, o mal-estar é o silêncio, e o silêncio é a violência”, afirmou a psicanalista Susana Muszkat, autora do livro “Violência e Masculinidade” (ed. Casa do Psicólogo, 218 págs., R$ 39).

O colunista da Folha de S.Paulo Marcelo Coelho viu no filme várias referências ao voltar. “A ideia de estar enraizado, de não poder sair e ter medo de regressar, é uma característica que prende cada um de nós no lugar em que estamos.”

A conversa, mediada pela psicanalista Luciana Saddi, abriu o primeiro debate do Ciclo de Cinema e Psicanálise, na noite de quarta-feira (7). A mostra é realizada pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e pela Cinemateca Brasileira, com apoio da Folha de S.Paulo.

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A relação do casal do filme foi classificada por Susana em dois eixos: o plano real e os pensamentos íntimos de cada personagem. Enquanto o primeiro expõe o cotidiano pré-definido de Mário e Diana, o outro escancara um isolamento cada vez mais profundo. “Diana e Mário vivem em mundo isolado e enlouquecedor, tendo a ilusão de o que os enlouqueceria seria compartilhar o que os assustam, quando é justamente o contrário.”

O primeiro módulo da mostra, intitulado “Mal-estar na Civilização e Família”, segue até o dia 25 de abril, com apresentações de filmes sempre às 19h de quarta-feira, na Cinemateca Brasileira.

Todas as sessões serão seguidas de um debate sobre o filme e o contexto psicanalítico. A programação terá apresentação de “Amor” (21/3), “O Jantar” (4/4) e “Uma Mulher Fantástica” (25/4). A entrada é gratuita, basta se inscrever em www.sbpsp.org.br

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