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'A Número Um' privilegia a nuance e interroga o que pode o empoderamento

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CÁSSIO STARLING CARLOS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma executiva escuta no celular uma mensagem masculina anônima com conteúdo sexual agressivo. Em seguida, leva um esbarrão de outra mulher, que segue sem nem se desculpar.

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As duas situações postas logo na cena de abertura de "A Número Um" estabelecem os tópicos em torno dos quais a diretora Tonie Marshall, em colaboração frutuosa com a jornalista Raphaëlle Bacqué na preparação do roteiro, constrói uma narrativa focalizada nas múltiplas faces do empoderamento.

Emmanuelle Blachey (Emmanuelle Devos, justa como sempre) é uma profissional em rara posição de poder no reino masculinista dos CEO. A morte anunciada de um alto executivo de uma das maiores empresas da França leva um grupo feminista a atraí-la para convencê-la a disputar o cobiçado cargo.

A trajetória da personagem poderia ser reduzido a um esqueleto demonstrativo, reafirmando o que sabemos, que mulheres e homens têm as mesmas competências, mas são reconhecidos de modo desequilibrado, quando não desonesto.

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O filme não deixa de ilustrar essa situação com pequenos toques que dizem muito, assim como não apaga as outras faces da personagem central, de mãe, esposa e filha preocupada com a saúde do pai. Desse modo, as roteiristas evitam a abstração ou a idealização e fornecem antídotos aos preconceitos, desafiando o retrato um tanto homogêneo que as lutas identitárias tendem a projetar.

De início, Blachey diz duvidar da solidariedade feminina, desconfiando ter sido escolhida apenas como parte de uma bem articulada estratégia de ascensão ao poder. Marshall e Bacqué também representam com ironia a ideia de um bloco coeso, permeando o filme com subterfúgios, inclusive sexuais, praticados por ambas as partes.

Outra vantagem é não resumir tudo à luta por poder, incluindo situações de desejos e de afetos que determinam os diversos níveis das relações entre os gêneros, pondo em cena as fragilidades e dizendo que estas não se confundem com fraquezas.

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Assim, o que "A Número Um" consegue, ao privilegiar a nuance, é relativizar a noção de força e de conquista e, nesse sentido, interrogar o que pode o empoderamento.

A NÚMERO UM

QUANDO estreia nesta quinta (8)

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PRODUÇÃO França, 2017, 12 anos

DIREÇÃO Tonie Marshall

AVALIAÇÃO Bom

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