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Após eleições, centro-esquerda italiana vive crise 

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Assim como os vizinhos europeus, a Itália testemunhou nos últimos anos o declínio de suas forças de centro-esquerda, em um processo agora cristalizado nas urnas. O Partido Democrático do ex-premiê Matteo Renzi s

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.03.2018, 16:50:00 Editado em 06.03.2018, 16:50:10
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Assim como os vizinhos europeus, a Itália testemunhou nos últimos anos o declínio de suas forças de centro-esquerda, em um processo agora cristalizado nas urnas.

O Partido Democrático do ex-premiê Matteo Renzi sofreu uma grave derrota nas eleições de domingo (4). Sua aliança de centro-esquerda recebeu apenas 112 assentos dos 630 disponíveis na Câmara, segundo os resultados preliminares. Já a centro-direita conquistou 260 e o Movimento 5 Estrelas, contrário ao sistema, chegou a até 221. É a mesma experiência vivida pelo Partido Socialista francês, pelo Partido Socialista Operário Espanhol e pelo Partido Social-Democrata alemão, que também recuaram nestes anos, com derrotas históricas.

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Renzi é em parte responsabilizado pela crise de seu partido. Foi ele quem convocou um referendo em dezembro de 2016 para aprovar uma impopular reforma constitucional -sua derrota nas urnas, vista pelos aliados como desnecessária, levou ao fim de seu governo e alimentou uma crescente insatisfação.

Ele também é prejudicado pela persistente crise econômica, em um país que deve crescer 1,5% neste ano e onde há 11% de desemprego (33% para a população com menos de 25 anos). Há a sensação de que a austeridade dos últimos anos ainda não deu resultados, algo que alimenta os partidos populistas.

Diante desse cenário, Renzi se demitiu da liderança da sigla na segunda-feira (5), mas deixou a saída em suspenso enquanto os partidos negociam o próximo governo, algo que não agradou os aliados.

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Esse deve ser um processo longo, já que ninguém tem a maioria necessária de 40% do Parlamento para governar sozinho.

A liderança está com a centro-direita e com o 5 Estrelas. O Partido Democrático deve, a princípio, ficar para a oposição, sem se aliar a nenhum deles -uma decisão tomada por Renzi e contestada dentro do partido, em que há algumas alas favoráveis a formar um governo com o neófito 5 Estrelas.

"O Partido Democrático deve estar na oposição aos extremistas", disse o ex-premiê. "O 5 Estrelas e a direita nos insultaram por anos. São antieuropeus, antipolíticos. Disseram que somos corruptos, mafiosos e que temos as mãos sujas de sangue pela migração. Que eles formem um governo."

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Em seu discurso, Renzi também assumiu parte da culpa por ter conduzido uma campanha que, afirmou, foi demasiado técnica. "Nós não mostramos a alma das coisas feitas e por fazer."

Seus rivais, por outro lado, construíram plataformas em cima de temas urgentes e de impacto emocional, como a questão migratória. Um dos vencedores do pleito foi a Liga, parte da coalizão de centro-direita que promete expulsar até 600 mil migrantes.

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