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Faixa crítica à intervenção no Rio é arrancada de prédio da UFRJ

SÉRGIO RANGEL E LUCAS VETORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma faixa crítica à intervenção federal na segurança pública do Rio, afixada na semana passada por docentes da UFRJ (Universidade Federal do Rio) em um prédio da universidade em Botafogo, z

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.03.2018, 15:20:00 Editado em 06.03.2018, 15:20:09
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SÉRGIO RANGEL E LUCAS VETORAZZO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma faixa crítica à intervenção federal na segurança pública do Rio, afixada na semana passada por docentes da UFRJ (Universidade Federal do Rio) em um prédio da universidade em Botafogo, zona sul, foi arrancada por grupos conservadores no dia seguinte à sua colocação.

A Adufrj (Associação de Docentes da UFRJ) lançou na semana passada a campanha "inverter a intervenção", que critica a utilização da força militar em detrimento do investimento em projetos sociais e de cultura e educação nas favelas.

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A campanha veio acompanhada de um grafite do artista brasileiro André Hippertt inspirado em um desenho do inglês Bansky. No original, uma menina revista um policial, que está de frente para a parede, com os braços sobre a cabeça, na clássica posição de quem passa por uma abordagem policial.

Na versão do brasileiro impressa na faixa, uma menina com uniforme de escola pública faz uma revista em um soldado do Exército. É uma crítica ao modelo da intervenção, que tem como foco ações militares em regiões pobres.

Revistas de mochilas de crianças por militares na semana retrasada provocaram debate sobre os limites da atuação no Rio. A faixa foi fixada na quinta passada na fachada do prédio do antigo Canecão, tradicional casa de show no Rio. Ela foi assinada pela Adufrj, assim como por outras entidades ligadas à universidade federal, como o Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ) e pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes).

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Na própria quinta-feira, enquanto a faixa era instalada, um homem fez um vídeo e publicou nas redes sociais em que criticava a manifestação. O homem, que mais tarde apagou o vídeo e sua conta no Twitter, argumentava que moradores de favela viviam sob o jugo do tráfico de drogas e instava os autores da faixa a protestarem contra criminosos que controlam comunidades no Rio. "Eu quero ver fazer banner dos bandidos acuando as pessoas na favela", diz o autor do vídeo. 

No dia seguinte ao vídeo, um homem arrancou as faixas pagas pelo sindicato de professores da universidade. Em nota, a Adufrj condenou o ato de vandalismo e deu queixa na delegacia.

A associação de docentes explica que a campanha "inverter a intervenção" pretende levantar o debate sobre a necessidade de investimentos sociais em locais violentos do estado do Rio. A campanha, segundo nota publicada pela associação, "busca trocar os blindados e fuzis pela força da educação, do conhecimento, da arte e da ciência". "Rejeitar soluções frágeis e temporárias e investir em políticas públicas com resultados sólidos e duradouros, como fazem questão de destacar os próprios interventores federais", diz a nota.

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A publicação gerou debate nas redes sociais e expôs divergências na sociedade sobre o uso dos militares na segurança pública. Em páginas de bairros no Facebook, muitas pessoas desaprovaram a manifestação dos docentes da universidade, classificando como grave o momento da segurança pública do Rio.

Pessoas que são críticas à intervenção apontam o interesse político por trás das medidas, além de questionarem o foco do combate ao crime, com prioridade aos vendedores de drogas no varejo, em detrimento dos grandes traficantes de armas e drogas, que não vivem em favelas.

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