SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma delegação da Coreia do Sul se reuniu nesta segunda-feira (5) com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, em Pyongyang, em uma tentativa de retomar as negociações para diminuir a tensão na península e com os EUA.
A Casa Branca e o regime comunista expressaram a disposição de conversar, mas o presidente americano, Donald Trump, exige que Pyongyang abra mão de suas armas nucleares. Em resposta, a Coreia do Norte disse que não dialogará com precondições e descartou interromper seu programa atômico.
A delegação sul-coreana de dez pessoas foi liderada pelo diretor do Escritório de Segurança Nacional, Chung Eui-yong. Antes de deixar Seul, Chung disse que expressaria aos vizinhos o desejo de livrar a península das armas atômicas e alcançar a paz.
Na manhã desta terça (6, noite de segunda no Brasil), a agência estatal norte-coreana KCNA disse que, no encontro, o ditador manifestou sua "firme vontade de avançar com as relações intercoreanas e escrever uma nova história de reunificação".
Segundo o regime, foi alcançado um acordo satisfatório com o Sul. A agência, porém, não deu detalhes do pacto e dos temas tratados nem mencionou qualquer negociação com os americanos.
Os sul-coreanos foram recebidos por Ri Son-gwon, presidente do Comitê para a Reunificação Pacífica, e Kim Yong-chol, que comanda o escritório responsável por assuntos da península.
Ambos fizeram parte da delegação norte-coreana presente nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, em fevereiro. Esta são as autoridades sul-coreanas mais graduadas a se encontrarem com Kim desde sua posse, em dezembro de 2011, após a morte de seu pai, Kim Jong-il.
Após Pyongyang, Chung deverá ir a Washington para debater com diplomatas americanos o resultados da visita. O porta-voz do Pentágono, Robert Manning, afirmou que o governo americano tem um otimismo cauteloso em relação às negociações.
"Nosso trabalho é assegurar que manteremos essas operações militares para defender a península Coreana e estaremos juntos com nossos parceiros sul-coreanos."
Após uma série de testes nucleares e de mísseis em 2017, a Coreia do Norte mudou o tom de seu discurso no início de 2018, quando Kim Jong-un expressou o desejo que os atletas do país participassem da Olimpíada.
Seul respondeu elogiando a declaração e os dois lados retomaram o diálogo. O processo culminou com as duas Coreias desfilando unificadas na cerimônia de abertura.
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