DIOGO BERCITO
ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - "No coração de todo italiano há um espacinho para o fascismo", afirma Alberto Palladino diante do Panteão de Roma, na quinta-feira (1°), enquanto se prepara para o derradeiro comício de seu partido.
Palladino, 30, é um dos dirigentes do Casa Pound, um movimento de extrema direita que defende abertamente o legado do ex-ditador Benito Mussolini (no governo da Itália de 1922 até 1945).
O Casa Pound não deve ter um excelente desempenho nas eleições deste domingo (4), com a previsão de receber 1,8% dos votos. Mas, se surpreender e passar a barreira dos 3%, pode eleger deputados pela primeira vez. De todo modo, já rompeu o tabu de seu discurso.
"Esta nação foi construída pelos fascistas, e foi durante o fascismo que se industrializou", diz Palladino, condenado em 2012 a dois anos de prisão por agredir militantes do governista Partido Democrático.
O Casa Pound, cujo nome homenageia o escritor americano simpatizante do fascismo Ezra Pound (1885-1972), é contrário à migração e à União Europeia. Seu lema de campanha é o "italianos em primeiro lugar". "Voto neles porque são o único partido contra o euro", afirma Lorenzo, 19, que não diz o sobrenome. "A UE nos impõe uma ditadura."
O comício do Casa Pound motivou protestos na capital italiana, com aglomerações a duas quadras de distância. Os dois lados foram separados por uma fileira policial.
"É um absurdo que eles possam se manifestar publicamente com essas ideias violentas", diz Eleonora, 24, que tampouco revela o sobrenome. "Essas pessoas têm nostalgia de coisas que não devem ser revividas na Itália. Deveriam ser impedidos."
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