A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reafirmaram nesta quarta-feira, após encontro em Brasília, posições distintas sobre qual deve ser a postura diante do programa nuclear do Irã.
Durante entrevista coletiva, Hillary defendeu a imposição de sanções para obrigar o Irã a aceitar restrições a suas atividades nucleares e afirmou que o governo iraniano só vai passar a negociar "em boa fé" quando a comunidade internacional se pronunciar "em uníssono" sobre o assunto.
"Somente depois que aprovarmos as sanções no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Irã irá negociar em boa fé", disse a representante do governo americano.
Ao lado de Hillary Clinton, o chanceler Celso Amorim reiterou a posição brasileira, contrária à aplicação das sanções.
"Não se trata apenas de se curvar à opinião de um consenso, que você pode não concordar", disse o ministro. "Cada país tem uma cabeça."
Amorim voltou a defender o caminho do diálogo como melhor opção para garantir que o Irã tenha o direito de produzir energia nuclear e evitar que o país desenvolva armas.
"A questão é saber qual o melhor caminho para chegar lá (a um acordo) ou se estão esgotadas as possibilidade de negociação", afirmou o chanceler. "Nós acreditamos que ainda há oportunidade de se chegar a um acordo, talvez exija um pouco de flexibilidade de parte a parte."
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