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ATUALIZADA - 3 - 'Leitores têm liberdade. Não cabe aos editores censurar', afirma Djaimilia

AMANDA RIBEIRO MARQUES, ENVIADA ESPECIAL PARATY, RJ (FOLHAPRESS) - "O livro é um território de liberdade. Eu acredito que as pessoas têm liberdade para tudo, inclusive para escolher o que querem ler. Não cabe aos editores censurar", afirmou a escritora p

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.07.2017, 21:15:03 Editado em 30.07.2017, 21:15:03
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AMANDA RIBEIRO MARQUES, ENVIADA ESPECIAL

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PARATY, RJ (FOLHAPRESS) - "O livro é um território de liberdade. Eu acredito que as pessoas têm liberdade para tudo, inclusive para escolher o que querem ler. Não cabe aos editores censurar", afirmou a escritora portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida em debate na Casa Folha, neste domingo (30).

A autora, que participou da mesa Literatura Fora do Eixo, mediada pela jornalista Patrícia Campos Mello, se referia à atuação dos leitores sensíveis, revisores que vêm sendo contratados por editoras para identificar conteúdos ofensivos a minorias. "Se você censura os livros antes de eles saírem, tira das pessoas a capacidade de decidirem o que não querem ler."

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Para o editor da revista literária "Quatro Cinco Um", Paulo Werneck, que também participou do debate, ainda mais grave são os "pais sensíveis", que vão às escolas pedir que livros sejam retirados da grade curricular.

Werneck citou o caso de "Lá Vem História: Contos do Folclore Mundial", de Heloisa Prieto, rejeitado por pais ao retratar um casal homossexual.

"O leitor sensível mais perigoso é esse aí, que tenta impedir o trabalho dos professores, a descoberta do livro pelas crianças e bloqueia o avanço da literatura", disse.

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NO LUGAR DO OUTRO

Ao ser questionada sobre a possibilidade de uma mulher branca ter escrito seu livro, "Esse Cabelo", que aborda a relação de uma menina negra com seus cabelos cacheados, Djaimilia disse gostar de pensar que não seria impossível. "A literatura funciona de tal forma que, se a escritora fosse incrível, extraordinária, ela conseguiria. A literatura na verdade exige que você se ponha no lugar do outro", afirmou a autora.

A autora reforçou a importância de se aceitar como era e amar o cabelo que tinha para poder dar voz a milhares de outras meninas que, como ela, já se sentiram feias por terem os cabelos crespos.

"Se eu tivesse o cabelo que sonhava ter quando era criança, loiro, liso e lindo, o livro não existiria, e eu não estaria aqui. Temos que nos olhar no espelho, ver esses cabelos e sermos capazes de achar engraçado. Não podemos nos penitenciar".

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