A Polícia Civil de Minas Gerais estimou hoje (5) que o montante levado por uma quadrilha fortemente armada de uma empresa de segurança na região da Pampulha, em Belo Horizonte, possa chegar a R$ 45 milhões. Na manhã de sábado, um grupo fortemente armado executou um ousado e bem articulado plano de assalto aos cofres da Embraforte, no bairro Ouro Preto, zona norte da capital mineira. Inicialmente, a estimativa era que até R$ 20 milhões teriam sido roubados do cofre da empresa.
Os bandidos fizeram funcionários reféns e fugiram com vários malotes com as boletas que poderiam comprovar os valores exatos contidos. Os malotes seriam usados para abastecer caixas eletrônicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal durante o feriado. A ação já é considerada o maior assalto da história de Minas Gerais. Até o fim desta tarde, nenhum suspeito havia sido preso.
Doze pessoas, entre vítimas e funcionários, já haviam sido ouvidas no Departamento de Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp), responsável pelas investigações. De acordo com o delegado Islande Batista, um dos tesoureiros da empresa contou na noite de sábado que em razão do feriado prolongado o cofre da empresa deveria estar abastecidos com cerca de R$ 45 milhões.
A ação teve início no fim da tarde de sexta-feira (3), quando três funcionários da Embraforte - dois tesoureiros e o coordenador de segurança - e seus familiares foram sequestrados por cerca de 15 homens armados com fuzis, metralhadoras e pistolas automáticas. Todos foram obrigados a usar óculos pintados de preto, que vedavam a visão, enquanto eram levados para um sítio alugado em Ribeirão das Neves, na região metropolitana - onde foram mantidos em cativeiro. Uma criança de oito anos teria ficado com uma granada amarrada na cintura. Na manhã de sábado, os funcionários sequestrados foram levados até a empresa para a execução do assalto. No local, pelo menos 20 empregados que estavam na empresa ou chegaram para o trabalho foram feitos reféns e mantidos em uma sala sob a mira de armamento pesado.
A polícia ainda apura o número de criminosos que participou da operação. Conforme os depoimentos, o suposto líder do grupo vestia terno e gravata e ostentava identificação da Polícia Federal. No sítio alugado pelos criminosos, a polícia encontrou fotografias aéreas do prédio da empresa e imagens das fachadas das residências dos funcionários sequestrados. Policiais acreditam que os tesoureiros foram capturados porque possuíam as senhas que permitiriam a abertura do cofre. Já o chefe da segurança foi usado para evitar que os vigilantes reagissem.
Na fuga, os assaltantes levaram computadores com imagens das câmeras de circuito interno de segurança. A suspeita é que a quadrilha seja de fora do Estado e uma das linhas de investigação da Polícia Civil é que grupo criminoso tenha contado com informações privilegiadas.
O jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato hoje com a Embraforte, mas nenhum representante da empresa se dispôs a falar sobre o assunto.
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