SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer nesta terça-feira (25) que está "muito desapontado" com seu secretário de Justiça, Jeff Sessions, e não confirmou se ele continuará a integrar o governo.
Em entrevista coletiva, Trump reclamou da decisão do secretário de se afastar das investigações sobre a Rússia.
"Ele não deveria ter se afastado quase imediatamente após ser empossado, e se ele se recusaria, deveria ter me avisado antes da posse, e eu simplesmente teria escolhido outra pessoa", declarou.
"Eu acho que é algo ruim, não para o presidente, mas para a Presidência."
Questionado sobre uma eventual demissão de Sessions, Trump afirmou: "Veremos o que vai acontecer. O tempo irá dizer."
A pasta chefiada por Sessions administra o FBI (polícia federal americana), que atualmente investiga os contatos de auxiliares de Trump com autoridades russas durante a campanha eleitoral.
Suspeita-se que as partes tenham conspirado para a Rússia interferir na eleição por meio de ciberataques contra o Partido Democrata.
Sessions decidiu se afastar das investigações sobre a Rússia em março, após a revelação de que ele se reunira com o embaixador russo em Washington na campanha.
Em junho, ao Senado, o secretário negou conluio com os russos e classificou a acusação de "detestável".
Trump também disse esperar que Sessions fosse "muito mais duro" no combate a vazamentos nas agências de inteligência. Desde a posse do republicano, em janeiro, vazamentos à imprensa revelaram várias disputas internas e problemas de coordenação do governo.
Mais cedo nesta terça-feira (25), Trump havia dito que Sessions é "muito fraco" e está "encurralado". Na semana passada, ele já havia afirmado "arrepender-se" de ter indicado o secretário.
Ele reclamou da falta de iniciativa do secretário para investigar os "crimes" da democrata Hillary Clinton, derrotada por Trump na eleição.
Na campanha, o republicano animava o público quando prometia "prender" Hillary por ela ter apagado e-mails trocados quando era secretária de Estado.
Mas, desde que conquistou a Presidência, Trump vinha deixando de lado a retórica incisiva contra a rival. Não está claro se ele voltará a defender a prisão dela.
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