SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, afirmou nesta quarta (5) que Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito e Bahrein manterão boicote ao Qatar.
Antes, o Qatar voltara a classificar de "irrealista" a lista de reivindicações apresentada pelos países vizinhos para acabar com a crise diplomática no golfo Pérsico.
"[A lista] não trata de terrorismo, mas de acabar com a liberdade de expressão", disse o chanceler do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman.
Na terça (4), o Qatar respondeu de forma negativa às exigências em uma mensagem enviada ao Kuait, país que atua como mediador na crise.
Nesta quarta, representantes da Arábia Saudita e de seus aliados se reuniram no Cairo para decidir os próximos passos em relação a Doha.
"[A resposta] reflete a falta de compreensão da gravidade da situação", disse o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Chukri.
Em junho, os quatro aliados árabes apresentaram uma lista de exigências ao romperam relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país de financiar o terrorismo.
Dentre os pedidos estão o fim das relações com o Irã, fechar a rede de TV Al Jazeera e uma base militar que a Turquia mantém no país.
O Qatar, que nega as acusações de apoio ao terrorismo, pediu diálogo para resolver a crise.
"O país está disposto a iniciar um processo de negociações para garantir a sua soberania", disse Abdulrahman.
Saif al-Thani, porta-voz de Doha, já dissera que a lista "não cumpre critérios de razoabilidade e factibilidade".
O pequeno país do Golfo é o maior produtor de gás natural do mundo. Além disso, abriga a maior base militar americana no Oriente Médio.
Analistas veem o boicote como tentativa de barrar a crescente autonomia do Qatar e reinseri-lo na esfera de influência saudita em um momento em que o Irã se projeta na região.
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