A Caixa Econômica Federal sorteia nesta quarta-feira (1º) o terceiro maior prêmio da Mega-Sena da história: R$ 70 milhões. Todo brasileiro perde pelo menos um minuto por dia pensando no que fazer com tanto dinheiro.
A poupança, por ser a forma de investimento mais próxima da realidade do brasileiro médio e a mais simples, pode ser a primeira opção para aplicar esse dinheiro. A poupança rende, por mês, 0,5% mais a variação da TR (Taxa Referencial). Como exemplo, tome-se um rendimento mensal médio de 0,55%; nesse caso, o poupador teria, colocando todo o prêmio na poupança, R$ 385 mil ao mês, garantidos, sem esforço nem risco (a poupança é a aplicação mais segura).
Nos 12 meses até junho, o rendimento acumulado foi de 6,55%; se os R$ 70 milhões estivessem já aplicados nesse período, teriam rendido R$ 4,6 milhões.
A ideia imediata do ganhador, no entanto, poderia ser a de realizar o sonho da casa própria. Nesse caso, estaria ao alcance do felizardo um mercado bastante exclusivo: o dos imóveis de luxo - no qual os preços neste ano têm variado de R$ 3 milhões a R$ 20 milhões, e o metro quadrado de um apartamento pode passar de R$ 10 mil.
O deslocamento pela cidade poderia se tornar muito mais fácil, ou no mínimo muito mais confortável. Para quem preferisse as ruas, o transporte poderia ser feito em um Pagani Zonda, que custa “meros” R$ 4 milhões. Para o leitor ter uma ideia, uma Ferrari F599 GTB Fiorano - o modelo mais caro da montadora italiana hoje no mercado - custa pouco mais da metade do preço, R$ 2,6 milhões.
Mas se as ruas, mesmo a bordo de uma Pagani Zonda parecerem muito congestionadas (ou muito inseguras), a opção do sortudo pode ser um helicóptero: um Robinson R44 Raven - um modelo mais compacto, com capacidade para três passageiros e o piloto, custa hoje cerca de R$ 1,16 (US$ 670 mil), mais cerca de R$ 25 mil ao mês entre gastos fixos e variáveis envolvidos na manutenção da aeronave.
Se for preciso mais espaço, no entanto, há o Agusta A109E Power, para até seis passageiros, que custa R$ 13 milhões (US$ 7,5 milhões), mais cerca de R$ 109 mil ao mês de custos.
Aplicação consciente
Apesar do entusiasmo que o ganhador possa sentir com uma bolada assim na mão, é preciso cautela: respirar fundo e pensar duas, três ou quantas vezes for preciso antes de começar a usar o dinheiro de forma errada.
O consultor financeiro Rogério Thomé, da Alta Vista Investimentos, diz que, para investir os R$ 70 milhões, o ideal é uma diversificação, ou seja, investir o dinheiro em diferentes tipos de aplicações.
Embora o retorno da poupança seja alto, há outros investimentos que podem ser vantajosos como CDB (títulos oferecidos pelos bancos), Tesouro Direto (que, como a poupança, são investimentos de renda fixa) e a Bovespa.
O CDB, nos 12 meses até junho último, rendeu, ao mês, 0,70%; se o ganhador tivesse R$ 35 milhões nessa aplicação no período, receberia R$ 245 mil ao mês (o rendimento no período como um todo foi de aproximadamente 8,7%, o que teria gerado um ganho de R$ 3,04 milhões). No mesmo período, o Tesouro Direto rendeu ao mês 0,83%, ou R$ 290 mil ao mês - nos 12 meses como ao todo o ganho foi de cerca de 10,5%, ou R$ 3,67 milhões, considerando o investimento dos outros R$ 35 milhões.
Somados os rendimentos nas duas aplicações, o ganhador teria ganhado bem mais do que se tivesse deixado na poupança: R$ 535 mil ao mês - no ano, R$ 6,71 milhões.
Thomé lembra que o ganhador poderia se sentir tentado a arriscar o dinheiro na Bolsa - onde o ganho pode ser alto, mas também há maior risco -, pois poderia pensar que daria para voltar a viver como antes de ganhar a fortuna.
- O ganhador pode achar que a vida seguiria da mesma forma, uma vez que ele não tinha o dinheiro antes. É uma relação diferente da que teria com o dinheiro quem construiu a fortuna, com economia e sacrifício.
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