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Irmão de Suzane tem quarto só pra ele, evita pátio e ocupa ala trancada

MARIANA ZYLBERKAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na madrugada de quarta-feira (31), quando chegou para ser internado na Casa de Saúde São João de Deus, em Pirituba, na zona norte de São Paulo, Andreas von Richthofen, 29, teve que ser escoltado por segurança

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.06.2017, 13:50:09 Editado em 02.06.2017, 20:35:24
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MARIANA ZYLBERKAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na madrugada de quarta-feira (31), quando chegou para ser internado na Casa de Saúde São João de Deus, em Pirituba, na zona norte de São Paulo, Andreas von Richthofen, 29, teve que ser escoltado por seguranças do local, dado o alvoroço causado com a sua presença entre os outros internos. "Todos queriam vê-lo de perto", disse um deles, que não quis se identificar.

Segundo relatos à reportagem, o irmão de Suzane von Richthofen, presa por ter participado do assassinato dos pais em 2002, se revoltou contra a internação e teria quebrado um dos vidros da portaria antes de ser contido por funcionários da clínica.

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Um dia antes, após ser pego tentando pular o muro de uma casa na região do Campo Belo, na zona sul, Andreas Richthofen foi encaminhado por policiais à ala psiquiátrica do Hospital Campo Limpo, também na zona sul.

De acordo com médicos que o atenderam no hospital, ele estava desorientado, com as roupas rasgadas e ferimentos pelo corpo. Um deles disse que seu quadro era de esquizofrenia. Horas depois, o irmão de Suzane foi transferido para a clínica em Pirituba.

Desde que foi internado, ele saiu poucas vezes do quarto, apenas para dar pequenas caminhadas pelo corredor da ala onde ficam outros cerca de 30 pacientes.

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Os quartos ficam em um corredor com piso de lajotas e paredes verdes e brancas, isolados por uma porta de ferro, mantida sempre trancada. Apenas enfermeiros, médicos e alguns funcionários podem abri-la e acessar a ala.

Todos dividem o cômodo com ao menos mais um interno, e Richthofen é o único que está sozinho no quarto.

As refeições são levadas por enfermeiros até ele, diferentemente dos outros pacientes, que se alimentam todos juntos em um refeitório com mesas e cadeiras de plástico. No primeiro dia, foi servido arroz, feijão, salada, pedaços de frango empanados, gelatina de sobremesa e suco artificial de limão.

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Ele ainda não apareceu no pátio onde os internos se reúnem para praticar exercícios todos os dias entre 9h30 e 13h -horário no qual o almoço é servido no refeitório.

Ninguém tinha ido visitá-lo até a tarde desta quinta-feira (1º). As visitas são permitidas diariamente após as 15h.

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Como chegou com as roupas rasgadas, ele agora usa roupas doadas. Em alguns casos, a clínica evita visitas na primeira semana de internação, até o paciente se adaptar ao ambiente da clínica e começar a ser acompanhado por um grupo de psicólogos.

Richthofen está na parte menos populosa da clínica, ocupada por dependentes de álcool e drogas, além de portadores de doenças mentais, que fazem tratamento particular, apesar de ele ter entrado ali como paciente do SUS.

CRACOLÂNDIA

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Na ala dedicada a atender pacientes vindos da rede pública, há cerca de 200 pacientes. Alguns deles reclamam da superlotação da clínica nas duas últimas semanas, após ação policial que, no dia 21, dispersou os usuários de drogas na cracolândia.

Diariamente, chegam entre dez e doze novos internos na clínica, sempre no período da madrugada.

Na manhã desta quarta-feira (31), por exemplo, uma briga por cigarro entre os pacientes terminou com um deles com o nariz quebrado.

De acordo com os internos, situações como essa eram raras antes do aumento da ocupação no local.

Há ainda por lá mais dois complexos. Um atende apenas mulheres, e outro passa por reformas para ampliar o atendimento a internos vindos da rede pública.

Todos os prédios são rodeados por uma área arborizada onde há bancos para os pacientes receberem visitas. Eles também têm acesso a salas equipadas com televisão ligada o dia inteiro.

A clínica São João de Deus tem convênio com a prefeitura desde 2012 para ceder 30 leitos de internação para dependentes químicos à rede pública ao custo mensal aproximado de R$ 158,1 mil.

A clínica recebe da administração R$ 170 por dia para cada paciente. No último sábado (27), a prefeitura formalizou um aditamento ao contrato para reservar mais 90 leitos até 20 de abril de 2018.

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