O secretário-executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública do México, Juan Miguel Alcántara Soria, disse que nos últimos quatro anos o crime de sequestro cresceu 200% no país, informou o jornal mexicano El Universal.
Nos últimos anos, delitos de sequestro, extorsão e roubo registraram aumentos de até 400% em alguns casos, mas o oficial não precisou em quais situações. A entrevista coletiva após uma reunião intitulada Diálogo pela Segurança ocorre após um dia tumultuado no país, com a explosão de dois carro-bomba, a morte do procurador que investigava o assassinato de 72 imigrantes ilegais no Estado de Tamaulipas, um tiroteio com mortes em Ciudad Juarez, e a descoberta da uma vala coletiva com 14 corpos em Acapulco, no Estado mexicano de Guerrero.
O caso dos imigrantes ilegais mortos foi o que mais chamou a atenção nesta semana. De acordo com o único sobrevivente do grupo, o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, eles vinham da Guatemala com a intenção de cruzar a fronteira rumo aos Estados Unidos. No entanto, foram sequestrados e acabaram em San Fernando, no Estado mexicano de Tamaulipas, onde membros do cartel Los Zetas ofereceram para que trabalhassem para o cartel como pistoleiros e em outras atividades. Ante à recusa do grupo, houve o assassinato em massa.
Pomavilla foi único sobrevivente. Casos de sequestros de imigrantes ilegais têm se tornado cada vez mais comuns no norte do México e além de servir como trabalho escravo, eles também pode ser trocados por resgates, que variam de R$ 875,4 (US$ 500) a R$ 3.501 (US$ 2.000), em média.
O crime em San Fernando provocou até críticas da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a violência no país. Ontem, Tamaulipas registrou dois atentados à bomba. Um em frente à uma filial da emissora de TV mexicana Televisa, que foi o quarto em cerca de quatro meses a um local ligado à rede no país. O outro foi em frente a uma delegacia, sem vítimas.
Equador oferece proteção para mulher e família de sobrevivente
O fato de que a identidade de Pomavilla , que completou 18 anos recentemente, fez dívida para a atravessar a fronteira e deixou a mulher grávida no Equador, provocou críticas contra o governo mexicano.
O presidente do México, Felipe Calderón, disse que lamentava que o nome e imagem do equatoriano tivessem sido divulgados.
A família do imigrante já recebeu ameaças do coiote – nome dado à pessoa que alicia os imigrantes ilegais e os conduz até o destino – que aliciou Pomavilla.
Apesar do crime ter ocorrido no México, o governo do Equador ofereceu incluir a mulher a família em seu programa de proteção a testemunhas. Eles receberam a oferta ontem em Ducur, cidade onde vivem.
Já o jovem continua sob tratamento no México, sob forte segurança policial.
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