O ar seco e a poluição de São Paulo chegaram ontem a níveis recordes e preocupantes. Esta já é a maior sequência de dias poluídos desde outubro de 2002. A umidade ficou no limite do estado de emergência, com 12% - o menor índice do ano. Em razão dessa situação, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou ontem que a Prefeitura pode endurecer as restrições aos veículos.
Pela manhã, Kassab disse que a Prefeitura está preparada para "adotar medidas que, às vezes, não são agradáveis, mas necessárias para preservar a saúde das pessoas". Afirmou que há um plano de emergência para essas situações, elaborado em 2009, mas não deu detalhes. O Plano de Contingência para Situações de Baixa Umidade, elaborado na verdade em 2008, é vago. Nele, a Prefeitura fala em restrição de atividades físicas, aulas, mas não cita ações relativas ao trânsito.
Ontem, Kassab citou entre as medidas "a recomendação e até a determinação para que as pessoas mudem a sua carga horária". Questionado sobre mudanças no rodízio, o prefeito disse apenas que "as restrições não têm limite". Anteontem, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) havia emitido um aviso pedindo à população para evitar o uso de carros.
Já são oito dias seguidos de ar poluído na capital e na Grande São Paulo, com condições consideradas inadequadas pela Cetesb. Em 2002, a sequência chegou a 12 dias. Ontem, 13 das 18 estações de medição do ar na Região Metropolitana registraram a classificação "inadequada" ou "má". Nenhuma teve índice "bom". "A massa de ar quente não deixa as matérias poluentes se dispersarem", diz a gerente de qualidade do ar da Cetesb, Maria Helena Martins.
A umidade ficou abaixo de 30% por nove dias seguidos em São Paulo, o que configura estado de atenção. O adequado para a saúde é 60%. À noite, o índice subiu. A Defesa Civil mediu índices entre 40% e 65% em suas nove estações na cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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