Diplomatas brasileiros seguem nesta quinta-feira (26) ao Estado de Tamaulipas, no México, para acompanhar de perto as investigações do massacre que deixou 72 mortos. O governo confirmou que ao menos quatro das vítimas encontradas nesta quarta-feira (25) pelo Exército mexicano em um rancho perto da fronteira com os EUA eram cidadãos do Brasil.
Segundo o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), uma aeronave do governo mexicano vai transportar diplomatas de vários países à região de San Fernando, onde ocorreu o massacre, atribuído pelo governo do México a um dos cartéis de drogas que dominam a área.
Em nota, a Procuradoria Geral da República do México informou que entre os 72 mortos havia 52 homens e 14 mulheres.
O governo mexicano informou ainda que as autoridades trabalham na autópsia dos cadáveres e na identificação das vítimas – muitas delas portavam documentos, o que facilitou o reconhecimento dos quatro brasileiros. As autoridades também identificaram cidadãos de El Salvador, Honduras e Equador.
Segundo versões ainda não confirmadas oficialmente, as vítimas eram imigrantes ilegais que tentavam cruzar a fronteira com os Estados Unidos, mas que foram interceptadas por um grupo do crime organizado.
Sobrevivente acusa grupo Los Zetas
Segundo o único sobrevivente do massacre, um equatoriano, homens armados disseram pertencer ao grupo Los Zetas e resolveram assassinar os imigrantes após eles se recusarem a trabalhar como matadores de aluguel para a organização criminosa.
As vítimas teriam entrado pelo Estado de Chiapas, na fronteira com a Guatemala, e conseguido chegar à cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, na divisa com o Texas.
Ao escapar, o sobrevivente foi ferido por tiros e teve que procurar o hospital, onde relatou a história. Após um tiroteio entre as forças de segurança e os membros do grupo criminoso - durante o qual morreram um militar e três integrantes do bando - os corpos foram encontrados.
México sofre onda de violência
Nos últimos anos, o México vem assistindo a uma escalada de violência por conflitos das forças de ordem com os cartéis de narcotraficantes. A guerra também acontece entre os próprios grupos criminosos.
Desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón mobilizou as Forças Armadas para combater os criminosos, ao menos 28 mil assassinatos foram atribuídos a grupos ligados ao tráfico de drogas.
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