A empresa aérea chinesa Henan Airlines decidiu deixar no solo três de seus quatro aviões Embraer E-190 após o acidente com uma aeronave do mesmo modelo que matou 42 pessoas e deixou 54 feridos nesta terça-feira (23), informou a agência France Presse, que cita a Rádio Nacional da China.
De acordo com a agência, as aeronaves de fabricação brasileira que ficarão no solo operam uma rota diferente daquela do avião acidentado, que caiu na região de Yichun quando tentava pousar. De acordo com a empresa, o E-190 envolvido no acidente tinha apenas dois anos de uso.
A empresa brasileira Embraer informou que acompanha de perto as investigações do acidente e que enviou uma equipe de especialistas para acompanhar os trabalhos das autoridades no local.
- A Embraer destacou uma equipe de técnicos, que já se dirige para o local (do acidente) com o objetivo de apoiar as autoridades aeronáuticas chinesas na investigação.
Nesta quarta-feira (25), a agência Xinhua informou que várias companhias aéreas chinesas relataram recentemente problemas técnicos com seus E-190, enquanto a Autoridade de Aviação Civil Chinesa (CAAC) organizou, em 2009, um estudo sobre a aeronave, no qual são mencionados problemas nas turbinas e uma disfunção dos sistemas de controle de voo.
Procurada pelo R7, a Embraer disse que apenas duas empresas áreas da China operam aviões E-190 e que este é o primeiro acidente fatal envolvendo aeronaves dessa família (E-170 até E-195), que conta com mais de 650 unidades vendidas em 36 países.
A empresa não comentou, no entanto, as alegações de supostas falhas citadas pela imprensa chinesa e disse apenas que acompanha atentamente as investigações da tragédia.
- Neste momento, não podemos fazer nenhum comentário sobre o acidente, uma vez que a investigação será feita pelas autoridades locais, e nosso papel é de suporte. As nossas aeronaves atendem a todos os requisitos de certificação do território chinês.
Aeroporto era considerado inseguro
O avião da Henan Airlines tentava pousar no aeroporto de Yichun, na Província de Heilongjiang, a 150 km da fronteira russa, em meio a uma espessa névoa que reduzia a visibilidade no momento para menos de 300 m, de acordo com um agente da polícia local citado pelo Global Times.
De acordo com a France Presse, algumas companhias áreas consideravam o aeroporto pouco seguro para pousos durante a noite. A China Southern Airlines, por exemplo, havia suspendido em 2009 seus voos noturnos para o aeroporto de Yichun por motivos de segurança.
A revista chinesa de economia Caijing chegou a publicar em seu site que o aeroporto de Yichun não está preparado para operar à noite.
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