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Brasileiro dirige filme original da Netflix sobre Guerra no Iraque

RODRIGO SALEM LOS ANGELES, EUA (FOLHAPRESS) - "Sand Castle" ("Castelo de Areia") é um filme de guerra ambientado durante a controversa segunda invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003. Um prato cheio para um cineasta americano. Mas quem está à frent

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.01.2017, 12:23:42 Editado em 23.01.2017, 12:25:10
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RODRIGO SALEM

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LOS ANGELES, EUA (FOLHAPRESS) - "Sand Castle" ("Castelo de Areia") é um filme de guerra ambientado durante a controversa segunda invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003.

Um prato cheio para um cineasta americano. Mas quem está à frente do projeto é o diretor paulista Fernando Coimbra ("O Lobo Atrás da Porta"), que assim se torna o primeiro cineasta brasileiro no comando de um longa-metragem original de lançamento global da Netflix.

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"Eu estava na ilha de montagem quando a Netflix entrou no projeto. Então foram dois sentimentos, porque eu filmei pensando na tela do cinema. Ao mesmo tempo, a projeção mundial para 85 milhões de assinantes que esse veículo produz é incomparável", diz Coimbra à Folha de S.Paulo, único veículo brasileiro com acesso prévio ao longa-metragem rodado na Jordânia, em 2015.

"Apesar de ser o país mais liberal do Oriente Médio, a guerra estava perto de nós, do outro lado da fronteira. Muitos jatos que bombardearam a Síria partiram dali. Eu estava fazendo um filme de guerra com a guerra ao meu lado. Foi tenso."

Mas os quatro meses na Jordânia -incluindo ensaios, pré-produção e as seis semanas de filmagens- não geraram nenhum problema sério. A não ser a mudança drástica para o diretor brasileiro, que viajou com a mulher e os dois filhos pequenos.

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"No primeiro dia útil, ela falou: 'Vamos embora'", brinca o cineasta. "É uma adaptação difícil, porque meus filhos precisaram ir para uma escola em árabe e inglês, mas nem inglês eles falavam. Até pegar táxi era difícil. Eu sofri menos, porque trabalhava com uma equipe britânica. Mas depois a família se acostumou, encontramos similaridades entre os países, principalmente na comida."

O filme, coincidentemente, é sobre pontos em comum entre culturas. Nicholas Hoult (o Fera dos filmes recentes da franquia "X-Men") é um soldado americano que se alistou para poder pagar a faculdade e só deseja cair fora da Guerra no Iraque.

Mas, ao lado do seu batalhão, acaba cultivando um senso de moralidade e compaixão ao tentar cumprir a missão de consertar uma estação de distribuição d'água que beneficiará a população de uma vila -parte da mesma que tenta sabotar a reconstrução.

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O roteiro foi escrito por Chris Roessner. Ele se inspirou na própria experiência durante a Guerra do Iraque para criar essa história original que ainda tem atores famosos como Henry Cavill ("O Homem de Aço") e Logan Marshall-Green ("Prometheus").

"Me interessei por esse olhar atípico da guerra, a perspectiva de um soldado raso que não tinha ideia porque estava ali. Toda história tem dois lados e havia um certo distanciamento por ser uma equipe internacional", explica o brasileiro, que saiu de "O Lobo Atrás da Porta" para fazer alguns episódios da primeira temporada de "Narcos", também da Netflix.

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"Sem 'Narcos', minha transição para um filme americano de guerra seria muito mais difícil", afirma Coimbra. "A série me deu maturidade e segurança para chegar confiante ao set. Apesar de 'Sand Castle' parecer grande, ele é um filme pequeno. Não tinha estrutura maior que a de 'Narcos', que é enorme, um monstro em termos de produção."

Apesar de vários diretores brasileiros terem passado por experiências ruins em suas estreias hollywoodianas, Coimbra diz que a sua passagem foi "bastante positiva".

"Você é contratado para injetar sua visão estética", revela o diretor, que já emplacou trabalhos para a segunda temporada de "Outcast", série do mesmo criador de "The Walking Dead", e retorna ao Brasil para o suspense "Os Enforcados". "Foi um aprendizado chegar até o fim e manter sua visão, aprender a vender minhas ideias constantemente. Tive muita liberdade e nenhuma imposição por parte dos produtores ou da Netflix."

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