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Governo publica MP que permite reajustes no preço de medicamentos

O presidente Michel Temer publicou nesta terça-feira (20) uma medida provisória que permite aumentar ou reduzir os preços de medicamentos "excepcionalmente", e não apenas no período definido para reajuste desses valores.A medida abre espaço para que o con

Da Redação

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Medida provisória que permite aumentar ou reduzir os preços de medicamentos. Foto: FolhaPress
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Medida provisória que permite aumentar ou reduzir os preços de medicamentos. Foto: FolhaPress
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.12.2016, 15:28:00 Editado em 20.12.2016, 15:56:58
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O presidente Michel Temer publicou nesta terça-feira (20) uma medida provisória que permite aumentar ou reduzir os preços de medicamentos "excepcionalmente", e não apenas no período definido para reajuste desses valores.

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A medida abre espaço para que o conselho de cinco ministros vinculados à Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) possa autorizar alterações "excepcionais" no preço a qualquer momento, e não apenas no fim de março, período em que o governo anuncia o percentual máximo permitido de reajuste definido para esses produtos.

O texto foi publicado no Diário Oficial da União. A medida gerou reação de membros da indústria farmacêutica, que temem a possibilidade de redução nos preços dos remédios.

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Membros do governo, no entanto, dizem que a medida foi motivada pelo oposto: a possibilidade de aumento nos preços para estimular a produção de alguns medicamentos com valores tidos como "defasados" e em situação de desabastecimento ou baixos estoques no mercado.

O principal exemplo é a penicilina, utilizada para tratamento da sífilis, doença que vem avançando no país. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, diz que a mudança deve estimular a produção do medicamento.

"A emergência que temos é a sífilis, mas também temos problemas em obter alguns medicamentos para tratamento de câncer. Com isso, viabilizaremos a produção de vários medicamentos que são hoje inviáveis economicamente e que são de interesse do poder público", justifica.

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Questionado, ele nega que o aumento já em estudo pela pasta no preço de alguns produtos possa afetar o consumidor. "São produtos de aplicação hospitalar, que não são de venda de varejo, então não há preocupação", afirma. Além da penicilina, poderão ter preços ajustados os medicamentos benzonidazol, L-asparaginase e dactinomicina, usados para tratamento de câncer, informa o ministério.

Ainda de acordo com a pasta, o novo mecanismo deve ser usado apenas em situações "como potencial risco de desabastecimento ou epidemiológico no Brasil; falta de alternativa terapêutica que supra o mercado nacional e nos casos de medicamentos essenciais que integrem as listas de dispensação ou de procedimento do SUS". Tais situações, no entanto, não foram especificadas no texto da MP.

Críticas
A ausência dessas especificações no texto da medida provisória gerou críticas de representantes da indústria. Para Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, sindicato que representa algumas das maiores farmacêuticas do país, a MP é "populista" e traz riscos ao setor.

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"A previsibilidade do nosso setor desaparece completamente. Como vou investir em uma nova fábrica se não sei se o valor do mercado de hoje é o mesmo de amanhã? O fator 'excepcional' é completamente subjetivo", afirma ele, que diz que já estuda recorrer à Justiça para evitar a mudança.

Segundo ele, o texto da medida abre brecha para uma maior interferência em todo o mercado de medicamentos —tanto para aumento quanto para redução nos preços. "Ficou uma medida extremamente ampla. Se algum produto sofrer redução nos preços, ele pode vir a sumir do mercado, o que também traz riscos ao consumidor", afirma Mussolini.

Já o ministro Ricardo Barros nega prejuízos e afirma que qualquer decisão de mudança nos preços deve ser feita de forma unânime pelos cinco ministros. Segundo o ministro, os critérios serão definidos por meio de uma regulamentação através da Cmed. "Nossa expectativa é termos isso definido até o fim deste ano", diz.

NATÁLIA CANCIAN, BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

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