ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A noiva que morreu no acidente de helicóptero na tarde deste domingo (4) queria surpreender o noivo chegando ao casamento a bordo da aeronave.
Rosemere do Nascimento Silva, 32, era auxiliar de enfermagem e ia se casar com Udirley Marques Damasceno, 34, chaveiro. Ela e outras três pessoas -incluindo seu irmão e a fotógrafa do casamento- voavam em direção ao sítio Recanto Beija-Flor, em São Lourenço da Serra (Grande SP), onde haveria a festa.
Uma das únicas pessoas que sabia da surpresa era Carlos Eduardo Baptista, administrador do espaço. Ele afirma que tudo estava pronto para a cerimônia, mas a noiva não chegava.
Ele ligou para a empresa responsável pelo voo e também para a polícia a fim de descobrir o motivo do atraso.
"Quando ficou confirmado que os quatro tinham morrido, chamei o pastor e o noivo para a dar a notícia. Ele ficou chocado, chorou muito", diz.
Ele afirma que em seguida deu a notícia também aos convidados.
Como os noivos eram evangélicos, um pastor celebraria a cerimônia, que seria validada também por um juiz. Em seguida, haveria um jantar para os convidados, sem distribuição de bebidas alcoólicas.
Segundo Baptista, os parentes das vítimas levaram alimentos para distribuir a entidades assistenciais.
ACIDENTE
De acordo com os bombeiros, além da noiva, estavam no helicóptero um irmão dela e a fotógrafa do casamento, que estava grávida.
O helicóptero caiu sobre uma área de chácaras, no bairro Barrinha. O vigilante Rubens Pires, 36, diz que ele dava voltas, como se procurasse um local para pousar.
"Ele foi e voltou duas vezes. A hélice parece que se desfez e depois ouvimos um barulho do helicóptero caindo no meio das árvores", afirmou.
A cuidadora Cíntia Camargo Pires, 35, disse que viu a aeronave girando antes de cair. "Estava saindo fumaça. A hélice estava parada, e o helicóptero é que girava", disse.
No horário da queda, a região tinha tempo encoberto, com neblina e chuva fraca.
A aeronave modelo Robinson 44 havia sido comprada recentemente, segundo informações da Anac (agência de aviação civil). A situação dela era regular.
Segundo a Anac, houve dois acidentes fatais em 2015 com o modelo. Ao todo, o país teve 13 acidentes de helicóptero no ano passado, com todos os modelos, sendo cinco com mortes. De 2006 a 2015, houve 211 acidentes de helicóptero no Brasil.
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