LUCAS VETTORAZZO E SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Policiais e traficantes trocaram tiros por mais de meia hora na tarde desta segunda-feira (10) no alto do morro do Cantagalo, em Copacabana, na zona sul do Rio.
A Polícia Civil confirmou a morte de Andre Lourenço, 22. Ele teria morrido durante troca de tiros com policiais no final da manhã desta segunda na comunidade. De acordo com a polícia, ele chegou a ser levado para o hospital mas não sobreviveu.
De tarde, o corpo de um homem, ainda não identificado, foi filmado caindo do alto do morro após vários disparos.
Rajadas de fuzil e explosões de granadas foram ouvidas a mais de um quilômetro de distância. O tiroteio teve início às 14h53. Até as 15h30, tiros eram disparados no alto do morro. Helicópteros da polícia auxiliaram a operação.
O comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, capitão Vinícius Apolinário, foi baleado durante um confronto.
De acordo com a PM, ele foi ferido por estilhaços e levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onde foi medicado e liberado em seguida.
Moradores de Copacabana gravavam das janelas vídeos durante o tiroteio. Eles diziam que era possível registrar traficantes armados fugindo. O trânsito parou nas mais importantes ruas do bairro, principal polo hoteleiro da cidade.
Antes, no início da manhã, um suposto traficante foi ferido na comunidade durante uma operação de policiais da UPP local.
Desde o início da tarde, moradores do Cantagalo se concentravam no início da ladeira Saint-Roman, principal via de acesso à comunidade. Eles temiam um novo tiroteio e se negavam a voltar para casa.
Em nota oficial emitida pelo comando da UPP Cantagalo / Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, foram registrados diversos ataques às bases nessa segunda-feira. Os primeiros ataques ocorreram às 9h.
De acordo com a UPP, dois homens foram baleados em confrontos com equipes da polícia. Eles foram socorridos para o Hospital Miguel Couto, na Gávea.
Um fuzil AK-47 e uma pistola foram apreendidos. O policiamento segue reforçado pelo Comando de Operações Especiais e por outras UPPs da região.
Até as 16h30, a operação ainda estava em andamento.
O tiroteio aconteceu três semanas após o encerramento dos Jogos Paraolímpicos.
As comunidades do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo têm UPP desde 2009. Em setembro de 2013, criminosos passaram a impedir o patrulhamento em diferentes pontos da favela.
O Rio atravessa uma grave crise financeira que iniciou no fim do ano passado. O Estado já teve dificuldade para abastecer viaturas policiais e parte da frota de helicópteros foi obrigada a ficar no chão.
Em junho, o governo decretou estado de calamidade pública em função da frágil situação de suas finanças.
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