Após ter a prisão preventiva revogada pela Justiça na quinta-feira (5), o ex-policial militar Mizael Bispo, suspeito de assassinar sua ex-namorada, Mércia Nakashima, deverá se apresentar à Justiça de Guarulhos nesta sexta-feira (6).
De acordo com seu advogado, Ivon Ribeiro, a defesa aguarda apenas que o Tribunal de Justiça de São Paulo envie o comunicado da revogação da prisão de seu cliente ao Fórum de Guarulhos para que Bispo se apresente no local. O ex-namorado de Mércia deverá assinar um termo de comparecimento em frente ao juiz da comarca.
Ribeiro disse ainda que Bispo não deve convocar a imprensa para uma coletiva - como fez da última vez em que prisão revogada - porque "não há nenhum fato novo a ser atribuído ao caso". O advogado afirmou que o momento agora é de "estar mais atento ao andamento do processo" e disse que seu cliente deve reservar sua vida profissional, já que ele continua atuando como advogado.
Em sua decisão, a desembargadora Angélica Almeida alegou que Mizael Bispo não tem antecedentes criminais e que "sempre atendeu ao chamamento da autoridade policial". Ela ressalta ainda que foi "violada a garantia constitucional da presunção de inocência".
Em entrevista ao R7, Samir Haddad Júnior, advogado que representa Bispo, disse estar “satisfeitíssimo” com a decisão da Justiça, mas afirma que vai seguir trabalhando com seriedade no caso.
– Estou satisfeitíssimo pela Justiça poder devolver a dignidade de uma pessoa. A Justiça é implacável. Mas agora vamos manter o pé no chão, pois a decisão ainda é em caráter liminar e o processo ainda tem muitos passos até a conclusão.
O defensor diz ter ficado indignado com o último decreto de prisão contra seu cliente. O advogado conta que fez o habeas corpus com erros de digitação e chegou a pedir desculpas para a desembargadora.
A defesa de Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a advogada Mércia Nakashima, havia entrado com um pedido de habeas corpus para o seu cliente na quarta-feira (4).
Na terça-feira (3), o juiz Leandro Jorge Bittencourt aceitou a denúncia da promotoria de homicídio qualificado para o ex-policial militar Mizael Bispo e para o vigia Evandro Bezerra da Silva e decretou a prisão preventiva dos dois.
Segundo Haddad Júnior, o pedido de prisão não foi bem fundamentado e não deve ser analisado por um juiz de Guarulhos e, sim, de Nazaré Paulista, onde a advogada foi morta.
O defensor também afirmou que, durante o tempo em que estava foragido, o ex-namorado de Mércia não saiu da comarca de Guarulhos, na Grande São Paulo, e que conversava com ele eventualmente para evitar que Bispo fosse localizado.
Bispo chegou a ter a prisão temporária (com duração de 30 dias) decretada, mas a Justiça revogou a determinação depois de cinco dias. A diferença da prisão preventiva é que os réus ficam detidos até o julgamento.
Das acusações oferecidas pelo promotor de Justiça Rodrigo Merli Antunes na segunda-feira (2), o juiz não aceitou apenas a de ocultação de cadáver. Isso porque os laudos do Instituto de Criminalística comprovaram que Mércia morreu afogada. Para Bittencourt, o fato de Mércia ter sido jogada viva dentro da represa em Nazaré Paulista mostra que a atitude foi uma consumação do assassinato.
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