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Produção de peixe deve crescer 22% no Paraná 

O aumento do consumo e investimentos em expansão de abatedouros estão alavancando o cultivo de peixes no Paraná. A produção deve crescer 22% em 2016, para 110 mil toneladas, de acordo com estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria

Da Redação

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Se confirmado, o avanço de 22% previsto para o Paraná em 2016 será o maior do País (Foto: Agência de Notícias do Paraná )
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Se confirmado, o avanço de 22% previsto para o Paraná em 2016 será o maior do País (Foto: Agência de Notícias do Paraná )
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Publicado em 31.03.2016, 18:02:00 Editado em 27.04.2020, 19:51:44
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O aumento do consumo e investimentos em expansão de abatedouros estão alavancando o cultivo de peixes no Paraná. A produção deve crescer 22% em 2016, para 110 mil toneladas, de acordo com estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. A produção de pescados no Estado somou 90 mil toneladas no ano passado, 18% acima do volume registrado em 2014. 

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Se confirmado, o avanço de 22% previsto para o Paraná em 2016 será o maior do País. Para o Brasil a previsão é que a produção de pescados cresça 15% nesse ano.O cultivo de peixe no Paraná, concentrado na região Oeste, é fonte de renda de pequenos produtores, que investem principalmente na criação de tilápia. 

“A piscicultura ainda é uma atividade pequena no Estado, mas que está em franco desenvolvimento. O movimento começou com o advento dos pesque-pague na década de 1990 e, depois, com campanhas de fomento e investimentos em abatedouros”, diz Edmar Gervásio, técnico do Deral responsável pelos estudos no setor. Maior produtor do Estado, o município de Maripá, na região Oeste, aumentou em 27% a produção de peixes em 2015, para 6,65 mil toneladas. Atualmente são 89 famílias envolvidas diretamente com a atividade. 

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O principal destino dos peixes são os cerca de 18 frigoríficos de pequeno, médio e grande porte em atividade na região, que compram 80% da produção dos piscicultores. Os 20% restantes são vendidos para outros Estados, como São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“A produção cresce com a combinação da boa rentabilidade da atividade nos últimos anos com a expansão dos abatedouros”, diz Cesar Ziliotto, chefe do Instituto Emater em Maripá. A empresa de assistência vem trabalhando com os piscicultures para aprimorar a tecnologia de produção, com acompanhamento dos custos e construção dos viveiros. O apoio técnico tem garantido maior produtividade. “Há potencial para a região dobrar a produção nos próximos cinco anos”, diz. 

INVESTIMENTOS – Pelo menos dois grandes investimentos de cooperativas devem impulsionar a produção de peixes no Estado. A Copacol, que em 2008 inaugurou seu abatedouro em Nova Aurora, tem planos de dobrar a produção – para 140 mil tilápias por dia – até 2018. A cooperativa está investindo R$ 80 milhões na expansão. A ideia é dar alternativas de renda para o cooperado. Hoje são 170 cooperados integrados na produção de peixes. O objetivo, de acordo com a Copacol, é que esse número chegue a 300 em 2018. 

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A C.Vale, de Palotina, prepara sua estreia no setor e iniciou a construção de um abatedouro de peixes com recursos de R$ 80 milhões. A cooperativa vai processar, inicialmente, 50 toneladas por dia. O complexo, que deve ser inaugurado no primeiro trimestre de 2017, vai ficar junto ao parque avícola da cooperativa e gerar 250 empregos diretos. 

DIVERSIFICAÇÃO – O cultivo de peixes ajuda a diversificar a renda do produtor rural, com a combinação com outras atividades, como pecuária e grãos. O produtor Arlindo Schach, de 63 anos, trabalha com piscicultura há 35 anos, em Maripá, e boa parte desse tempo combinou o cultivo de peixe com a lavoura de soja e milho. Ele diz que o mercado para o peixe melhorou muito nos últimos quatro anos. 

“Hoje a renda está pior por conta dos preços da ração. Mas os investimentos que as cooperativas estão fazendo vão trazer novas tecnologias e aumentar a produção nos tanques”, diz ele, que produz 150 toneladas de peixe por ano. Toda a produção tem como destino um frigorífico em Nova Prata do Iguaçu, a 176 quilômetros de Maripá. 

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EXPANSÃO - Preço incentivou expansão nos últimos anos A valorização dos preços foi um dos estímulos à produção de peixe no Estado nos últimos anos. Entre 2011 e 2015, o preço por quilo da tilápia subiu, em média, 42,1%. Atualmente o quilo é vendido no varejo a R$ 30,00, valor superior à maioria dos cortes de carne bovina, por exemplo. 

“Mas apesar da valorização, a atividade sofre com pressões nos custos dos insumos importados, impactados pelo dólar alto”, diz Edmar Gervásio, técnico do Deral.O aumento dos preços de insumos, como energia e rações, diminuiu a rentabilidade média dos piscicultures de Maripá de 25% a 30% para entre 15% e 20%, de acordo com Ziliotto, da Emater. “Houve perda de rentabilidade, mas ainda assim a atividade é lucrativa para quem tem alta produtividade”, diz. 

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O consumo de peixe vem crescendo no Brasil e hoje está próximo de nove quilos por ano, mas ainda está abaixo dos 12 quilos por ano recomendados pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. 

A piscicultura no Estado gera um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 425,6 milhões por ano, de acordo com dados mais recentes do Deral, referentes a 2014. O núcleo de Toledo, que reúne 21 municípios da região Oeste, responde por 33% desse valor, seguido por Paranaguá, com 21%, e Cascavel, com 14,1%. 

Além dos peixes, o Paraná produz, em média, 169 mil dúzias ostras, 196 mil dúzias de caranguejos e 3,65 milhões de unidades de peixes ornamentais por ano. A tilápia, espécie originária de Ásia, representa 74% da produção de pescados no Paraná.(BOX 2) Produção avança no reservatório de Itaipu.

A piscicultura também cresce na área do reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Desenvolvido pela empresa desde 2003, o projeto ganhou fôlego no ano passado, quando o Ministério da Pesca e da Aquicultura liberou o cultivo de tilápia em tanques-rede nos braços dos reservatórios.

A liberação era um pleito antigo dos pescadores da região que, até então, só podiam cultivar espécies nativas do Rio Paraná, como o pacu. O projeto, de acordo com a empresa, envolve diretamente 63 pescadores e a Comunidade Indígena Ocoy, onde residem 153 famílias. 

De acordo com o engenheiro agrônomo Irineu Motter, 50% da produção já é de tilápia nos reservatórios. O Ministério da Pesca e Aquicultura liberou 60 títulos de cessão de uso para pescadores artesanais nos parques aquícolas São Francisco Verdadeiro, São Francisco Falso e Ocoi. Cada título pode produzir 40 toneladas por ano de pescado e, juntos, poderão produzir até 2.400 toneladas por ano. De acordo com Motter, há muito espaço para explorar a piscicultura no reservatório.

A produção atual, por meio de cultivo, é de 140 toneladas por ano de pescado.

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