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Cadela militar dos EUA volta traumatizada do Iraque

A cadela Gina tinha 2 anos quando foi enviada para o Iraque para ajudar os militares como cão farejador altamente treinado. O pastor alemão ajudou os soldados americanos nas buscas realizadas em residências e assistiu a todos os tipos de explosões ruid

Da Redação

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 Gina, a cadela do Exército americano que voltou da guerra com traumas
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Gina, a cadela do Exército americano que voltou da guerra com traumas
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.08.2010, 15:48:00 Editado em 27.04.2020, 20:58:53
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A cadela Gina tinha 2 anos quando foi enviada para o Iraque para ajudar os militares como cão farejador altamente treinado. O pastor alemão ajudou os soldados americanos nas buscas realizadas em residências e assistiu a todos os tipos de explosões ruidosas.

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Ela voltou para casa, no Colorado, encolhida e com medo. Quando seus treinadores tentaram levá-la a um prédio, ela endureceu as patas e resistiu. Uma vez lá dentro, ela dobrou sua cauda debaixo de seu corpo e se encolheu no chão. Gina se esconde debaixo dos móveis ou em um canto para evitar contato com pessoas.

Um veterinário militar a diagnosticou como tendo transtorno de estresse pós-traumático - uma condição comum entre humanos e que os peritos dizem que também pode afligir cães. "Ela demonstrou todos os sintomas e tinha todos os sinais", disse o sargento Eric Haynes, comandante do canil na Base Peterson da Força Aérea. "Ela tinha pavor de todos."

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Um ano depois de voltar do Iraque, Gina está se recuperando. Caminhadas freqüentes entre pessoas amigáveis e uma reintrodução gradual para os ruídos da vida militar a fizeram começar a superar seus medos, disse Haynes.

Trauma

O transtorno de estresse pós-traumático é bem documentado entre militares americanos que regressam das guerras no Iraque e no Afeganistão, mas a sua existência nos animais é menos clara. Alguns veterinários dizem que os animais experimentam o trauma, ou ao menos uma versão dele.

"Existe uma condição em cães que é quase exatamente a mesma, se não é exatamente a mesma, que o transtorno de estresse pós-traumático em seres humanos", disse Nicholas Dodman, chefe do programa de comportamento animal na Universidade Tufts. Mas alguns veterinários não gostam de aplicar o diagnóstico para os animais, pensando que isso pode ofender recrutas entre os militares, disse Dodman. Ele acrescentou que o diagnóstico nos animais não significa que há ofensa ao pessoal militar.

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Os militares definem transtorno de estresse pós-traumático como uma condição que se desenvolve após um trauma com risco de morte. As vítimas sofrem três tipos de experiências muito tempo depois, mesmo em um ambiente seguro. Elas repetidamente voltam a experimentar o trauma em pesadelos ou memórias vívidas. Eles evitam situações ou sentimentos que os lembre do evento, e eles se sentem nervosos todo o tempo.

Gina

Quando Gina voltou ao Colorado, no ano passado, após sua passagem de seis meses no Iraque, ela não era mais o "grande filhote" que a base conhecia, Haynes lembra. Ela tinha sido atribuída a uma unidade do Exército, e seu trabalho era a busca por explosivos depois que os soldados entravam em uma casa. As tropas muitas vezes usavam métodos barulhentos, usando granadas de efeito moral e derrubavam portas com chutes, disse Haynes. Além disso, Gina estava em um comboio que teve um veículo atingido por uma bomba improvisada.

Ao voltar para casa, Gina não queria nada com as pessoas. "Ela tinha se afastado da sociedade como um todo", disse Haynes, que já trabalhou com mais de 100 cães em 12 anos como treinador. Ele disse que viu outros cães atingidos por trauma, mas nenhum tão mal como Gina.

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Haynes e outros treinadores passaram a levar Gina a caminhadas, para ajudá-la a superar o trauma. "Ela começou a aprender que nem todo mundo estava tentando pegá-la", disse Haynes. "Ela começou a atuar mais socialmente de novo."

Segundo o treinador, a equipe está cuidado para não deixar sua afeição interferir com a boa formação da cadela. Tratar Gina como um ser humano - por exemplo, confortando-a quando ela está com medo - pode deixá-la pensar que seu treinador fica feliz quando ela está com medo.

Eventualmente, ela pode ser capaz de retornar a atuar em situações de perigo real, como o fez no Iraque, mas isso apenas daqui a um ano, disse Haynes. "Nós não estamos pensando em fazê-lo a qualquer momento no futuro próximo, porque, obviamente, não queremos estragar tudo o que já fizemos", disse ele.

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