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Na Venezuela carente de alegrias, oposição celebra vitória como carnaval

SAMY ADGHIRNI CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - Eram pouco mais de 19h30 locais (22h de Brasília) quando o burburinho da vitória opositora na eleição parlamentar venezuelana deste domingo (6) começou a se alastrar nas redes sociais. A informação foi va

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.12.2015, 18:17:25 Editado em 27.04.2020, 19:54:27
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SAMY ADGHIRNI
CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - Eram pouco mais de 19h30 locais (22h de Brasília) quando o burburinho da vitória opositora na eleição parlamentar venezuelana deste domingo (6) começou a se alastrar nas redes sociais.
A informação foi vazada por testemunhas oficiais que acompanhavam a contagem dos votos na sede do órgão eleitoral (CNE).
No Twitter, fotos de uma desertada praça Bolívar, plataforma chavista no coração de Caracas, contrastavam com imagens dos rostos sorridentes de políticos e simpatizantes opositores.
A euforia ambiente aumentava à medida em que a contagem confirmava vantagem irreversível. "Será que o governo vai reconhecer o resultado?", se perguntavam, ansiosos, muitos opositores.
Gritos de alegria e rojões ecoaram por toda Caracas imediatamente após a presidente do CNE, Tibisay Lucena, oficializar a vitória com folga do coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Era 0h30 locais (3h no horário de Brasília).
Numa cena que se repetiu até em zonas populares, como a favela de Petare, a leste da capital, venezuelanos de todas as idades foram às ruas para celebrar ao som de buzinaços.
A vitória contra um governo impopular foi festejada como um carnaval ufanista que parecia canalizar a euforia de uma sociedade carente de alegrias.
Em Altamira, bairro de classe média alta, carros trancaram a avenida Luis Roche com anuência da polícia municipal, que não interveio.
Mulheres montadas sobre o teto de carros agitavam bandeiras da Venezuela, enquanto um sistema de som improvisado entoava a todo o volume o hino nacional, "Gloria ao bravo povo".
Apesar da lei seca em vigor desde sexta-feira (4), era evidente que muitos estavam alcoolizados.
"É uma alegria indescritível. Fazia tanto tempo que lutávamos por este momento", disse o ator Kelvin Soares, 45, carregando uma bandeira e usando um boné com as cores nacionais.
A administradora de empresas Kiara Santucci, 38, também parecia eletrizada.
"Me sinto livre e leve. O governo enganou e controlou o povo durante 16 anos, mas o país acordou. Este foi só o primeiro passo rumo a grandes mudanças", afirmou.
DIA INCERTO
Ao longo do dia, porém, o que se viu nas filas de votação era um ambiente de incerteza e tensa calma.
O sorriso e discursos serenos dos candidatos chavistas nas transmissões ao vivo da TV estatal denotavam autoconfiança.
Pouco depois do anoitecer, espalhou-se pelas ruas da favela de Catia, tradicional reduto chavista, o boato de que o governo havia mantido o controle sobre o Parlamento.
"A revolução ganhou!", gritava um senhor de braços erguidos ao caminhar pela rua.
Contra todas as apostas, porém, quem saiu deputado por Catia foi Marialabert Barrios, da nova geração da MUD. Ela derrotou Freddy Bernal, um dos caciques do chavismo.

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