A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou, nesta terça-feira, que 14 mil soldados vão reforçar a segurança das cidades mais devastadas pelos terremotos que atingiram o país desde o último sábado, depois que uma onda de saques foi registrada nessas regiões.
Segundo Bachelet, a situação já está sob controle, e os militares também vão organizar a distribuição de alimentos aos desabrigados.
Os casos mais graves de saques aconteceram em Concepción, segunda maior cidade do Chile, a 400 km de Santiago, localizada na área mais afetada pelo principal tremor, de 8,8 graus de magnitude.
Além dos 14 mil militares, vários navios e 50 aviões foram mobilizados para ajudar as regiões atingidas.
Em visita ao Chile, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reforçou a oferta de ajuda de seu país a Bachelet.
A comitiva de Clinton levou ao Chile telefones com conexão via satélite para facilitar a comunicação.
Toque de recolher
Por causa dos saques, o governo decretou toque de recolher entre 20h e meio-dia, o que obrigou dezenas de caminhões com ajuda humanitária a esperar até o fim do prazo para levar ajuda a Concepción.
A principal rodovia de acesso à cidade foi muito atingida pelos tremores, mas permanece aberta, de acordo com o correspondente da BBC Andy Gallacher.
Além de reforçar a segurança nas ruas, a presidente chilena fez um apelo à população para que evite a violência.
"Quero fazer um chamado a consciência das pessoas. A delinquência não é aceitável", disse ela a canais de televisão locais.
Pelo menos uma pessoa morreu no Chile durante o toque de recolher imposto pelas autoridades depois do terremoto do sábado, que matou pelo menos 723 pessoas, de acordo com o governo chileno.
A morte teria ocorrido durante uma troca de tiros entre saqueadores e forças de segurança, mas ainda não se sabe onde nem como a pessoa morreu.
Ajuda
Segundo o governo chileno, cerca de 1,5 milhão de casas foram danificadas e 2 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor.
A ONU afirmou na segunda-feira que a ajuda deve ser enviada rapidamente ao país após o apelo internacional feito por Bachelet.
A Argentina anunciou o envio de seis aviões levando um hospital de campanha, 55 médicos e estações portáteis de purificação de água.
O Brasil também anunciou o envio de ajuda ao Chile, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Santiago nesta segunda-feira para levar pessoalmente a oferta de assistência aos chilenos.
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