Eliezer Jonatan de Almeida, advogado do adolescente de 17 anos, primo do goleiro suspenso do Flamengo Bruno Fernandes, disse no início da tarde desta quinta-feira (22) que seu cliente mentiu sobre ter visto a mão de Eliza Samudio ser atirada para cachorros comerem.
- A questão da mão jogada pelo cachorro não existe. Isso foi imaginado diante da pressão que ele teve [sic].
A afirmação foi feita pelo defensor em frente à Vara da Infância e Juventude de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde será realizada audiência nesta tarde para definir a “sentença” do garoto no caso do desaparecimento de Eliza Samudio.
O adolescente tinha contado, em três depoimentos anteriores, que Eliza Samudio foi morta, esquartejada e teve partes do corpo dadas para cachorros, de um homem identificado como Neném, comerem. Os relatos do menor causaram uma reviravolta nas investigações sobre o desaparecimento da ex-amante de Bruno. Questionado sobre como o adolescente teria conseguido inventar um história tão complexa, Almeida respondeu:
- Para você ver até onde o ser humano é capaz de ir quando é pressionado.
De acordo com o advogado, a versão que prevalece é a de que o menor foi contatado por Macarrão para dar um susto em Eliza.
Almeida também afirmou que seu cliente disse não conhecer o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e que o homem que ele identificou como Neném não é Santos.
Chegada
Por volta das 13h30, Bruno; Bola; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, chegaram à vara da Infância e Juventude de Contagem. Bruno e Sergio entraram no local com a cabeça levantada. Uma multidão se concentrava em frente à vara. Na chegada do goleiro suspenso, era possível ouvir gritos de "assassino" e o refrão “ão, ão, ão, Bruno na seleção”. Poucos minutos antes, o menor havia chegado ao local com uma blusa branca cobrindo o rosto.
A audiência de instrução será realizada para descobrir qual foi a participação do adolescente no desaparecimento de Eliza Samudio. No dia 13 de julho, o Ministério Público entrou com uma representação contra o menor por sequestro, homicídio e ocultação do cadáver de Eliza, ex-amante do jogador. Se pegar o prazo máximo da medida socioeducativa, o adolescente poderá ficar até três anos internado.
O membro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) Ariel de Castro Alves explica que o objetivo da audiência de instrução não é apurar a responsabilidade dos adultos envolvidos no caso, mas descobrir qual foi a participação do adolescente no crime.
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