Com a legenda "Professor, conta outra...", o PM de Curitiba Umberto Scandelari publicou uma foto com braços, mãos e rosto manchados por um líquido avermelhado, logo após o protesto desta quarta-feira. Amigos imediatamente deixaram comentários preocupados na foto. "Mano, você tá bem?", "Melhoras, parceiro", "Melhoras e se cuida" - a imagem viralizou e foi compartilhada mais de 5 mil vezes em menos de 24 horas.
Entretanto, à BBC Brasil, a Polícia Militar do Paraná confirmou as suspeitas de centenas de internautas: o oficial não está coberto de sangue, mas de tinta. "Este é o produto de uma bomba usada como munição menos letal. É usada para marcar pessoas que estão envolvidas nos protestos", informou a PM. "Nestes confrontos o uso é normal e aconteceu de marcar também o policial porque manifestantes e policiais estavam muito próximos", disse a corporação. A legenda da foto, entretanto, sugeria que as manchas no corpo do policial fossem fruto da ação de manifestantes.
A PM contemporiza: "A legenda sugere que ele não foi atacado por professores com esta tinta. Ela sugere que o confronto foi iniciado pelos próprios professores e não pelos policiais, como vem sendo comentado pelas redes sociais".
'Groselha'
O PM Umberto Scandelari não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem. Nas redes sociais, ele foi alvo de piadas - especialmente porque as manchas, vistas com cuidado, eram cor de rosa, e não vermelhas como sangue. "Sangrou groselha", disse um jovem de Uberlândia, em Minas Gerais. "Estourou a caneta de correção dos profs nele", comentou outra internauta, de Blumentau, Santa Catarina. "Quero a marca desse batom", "Apanhou da moranguinho" e "Professor malvado de artes, tadinho" completaram a série de ironias.
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