O número de manifestantes mortos em confrontos com a polícia do Quirguistão é de cerca de 100 pessoas, disse nesta quarta-feira um líder da oposição no país.
Foi confirmado que pelo menos 17 pessoas morreram durante violentos confrontos entre manifestantes e a polícia em Bishkek, onde milhares de pessoas cercavam a sede da presidência.
Mais de 180 pessoas ficaram feridas na confusão, segundo o governo. Manifestantes atearam fogo ao prédio da Procuradoria Geral e saquearam a sede da TV estatal.
Segundo agências de notícias, o ministro do Interior, Moldomusa Kongatiyev, foi morto durante os confrontos na cidade de Talas, no noroeste do país.
O primeiro-ministro quirguiz, Daniyar Ussenov, decretou estado de emergência em todo o país.
No início da tarde, entre 3.000 e 5.000 manifestantes se reuniram ao redor da sede da presidência para exigir a renúncia do chefe de Estado, Kurmanbek Bakiev.
Os manifestantes partiram do local de encontro da oposição pouco depois de confrontos com a polícia.
Tiros foram ouvidos e os manifestantes também assumiram o controle de vários veículos blindados da polícia.
Três líderes da oposição - entre eles o ex-candidato à presidência Almazbek Atambayev - foram detidos e acusados de crimes graves.
Além de Atambayev foram presos o presidente do Parlamento quirguiz, Omurbek Tekebayev, e o vice dele, Bolot Cherniazov.
"Que tipo de negociação podemos ter se eles matam seu próprio povo?", disse o líder oposicionista Toktoaim Umetaliyeza.
O governo da Rússia pediu às autoridades do Quirguistão que não recorram à força contra os manifestantes.
O presidente Bakiev assumiu o poder há cinco anos, após uma revolução que teve início com manifestações semelhantes. Desde então, muitos aliados do chefe de Estado passaram à oposição. Eles acusam Bakieve de nepotismo e autoritarismo.
As autoridades denunciam que os opositores - que também exigem a libertação de seus líderes detidos nas últimas 24 horas - estão armados com paus, barras, pedras e coquetéis molotov.
Na véspera, mais de 80 policiais ficaram feridos na cidade de Talas, ao oeste de Bishkek, em enfrentamentos com manifestantes, que ocuparam a administração da região e reivindicaram a renúncia do presidente desse país, considerado o mais pobre de Ásia Central.
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