O padre Zenildo Megiatto, de Mandaguari, no norte do Paraná, foi suspenso da Igreja Católica porque tornou-se pai. A informação foi confirmada pela Arquidiocese de Maringá em comunicado divulgado nesta segunda-feira (23).
O sacerdote assume que teve o filho com uma ex-ministra da paróquia, aos 65 anos, mas diz não concordar com o afastamento. "Não é isso que a gente queria, não acho que eu merecia ser afastado. É uma situação nova, mas é uma bênção. Não vou dizer que é um bicho de sete cabeças, não. Penso que isso deve ser enfrentado de maneira aberta, franca, com conversa", afirma o padre.
O ex-pároco afirma ser contrário ao celibato e garante: há muitos outros padres que têm filhos, mas "ninguém vê". Ele pede um debate aberto sobre o assunto. "É uma opção. Você pode criar uma família e ser padre: por que não? O mundo mudou. O celibato tem que ser conversado, analisado, discutido. Precisa ser enfrentado de forma aberta, ou vamos manter uma hipocrisia. A discussão precisa ser enfrentada. Isso [o afastamento] pode ser um sinal? Um alerta de Deus? Por que não?", comenta Megiatto. "O clero está muito alto, muito distante. Algo que dá a impressão de que é um ET, um negócio diferente. Aí as pessoas pensam que o padre é um santo, intocável. Temos que nos aproximidar do povo. Se os padres tivessem essa condição [de ter filhos dentro das normas católicas], eles entenderiam muito mais sobre família. Abriria espaço para a igreja ser, de fato, missionária, familiar". O arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti, lamentou o ocorrido e citou o Papa Francisco para justificar a suspensão. Um outro padre, do município de Aquidaban, também foi afastado por suspeita de ter engravidado uma mulher.
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