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Protesto de promotores nesta quarta evidencia desgaste de Cristina

BUENOS AIRES, ARGENTINA - "Mataram-no. Pessoas ligadas a ela o mataram", especula M, convencida do envolvimento da presidente Cristina Kirchner na morte do promotor Alberto Nisman, há um mês.  A opinião da argentina, que pediu para seu nome não ser divul

Da Redação

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Publicado em 18.02.2015, 14:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:02:48
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BUENOS AIRES, ARGENTINA - "Mataram-no. Pessoas ligadas a ela o mataram", especula M, convencida do envolvimento da presidente Cristina Kirchner na morte do promotor Alberto Nisman, há um mês. 

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A opinião da argentina, que pediu para seu nome não ser divulgado, resume o dano provocado pelos últimos acontecimentos à imagem da presidente, que enfrenta uma das mais duras crises desde que assumiu o governo, em 2007. 

Alberto Nisman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento, com um tiro na cabeça, um dia antes de apresentar denúncia contra a presidente no Congresso. Um mês depois de sua morte, a investigação ainda não esclareceu se o promotor se matou, foi assassinado ou se teria sido induzido ao suicídio. 

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Embora as primeiras declarações da promotoria tenham indicado que Nisman cometera suicídio, desde então apareceram provas e depoimentos que colocam em dúvida essa versão. 

Na última sexta (13), a promotora que investiga o caso, Viviana Fein, ainda coletava provas no apartamento de Nisman. Apontado como testemunha-chave, o ex-espião Jaime Stiuso, informante do promotor e que teria conversado com ele um dia antes da morte de Nisman, não foi ouvido. Ainda há laudos da perícia sem resultado. 

Por sua vez, Cristina adicionou incertezas ao caso. Em cartas publicadas no Facebook, a presidente primeiro sugeriu que Nisman poderia ter cometido suicídio. Dois dias depois, afirmou "não ter provas, nem dúvidas" de que o promotor não se matou. 

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Não bastasse o mistério entorno da morte de Nisman, na última semana, o promotor que assumiu o lugar do colega morto decidiu indiciar Kirchner. A denúncia apura suposta tentativa da presidente e de integrantes do governo de proteger os responsáveis iranianos pelo atentado à entidade judaica Amia, em 1994, em Buenos Aires. 

Pesquisa divulgada pelo instituto Management & Fit nesta terça (17) aponta que mais da metade da população acredita na denúncia. A mesma pesquisa, que foi a campo entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro e ouviu 2.400 pessoas, revelou que o nível de desaprovação do governo alcançou 63%. 

Segundo o analista político Ricardo Rouvier, houve um momento pior para a imagem da presidente, em 2008, quando o governo entrou em conflito com fazendeiros que se opuseram ao aumento de impostos e fixação de travas à exportação. 

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ADESÃO A PROTESTO 

A onda de insatisfação, aposta Rouvier, deve provocar uma adesão em massa de argentinos a uma manifestação nesta quarta (18), em Buenos Aires. O protesto foi convocado por promotores de Justiça, que pretendem caminhar em silêncio do Congresso até o edifício em que Nisman trabalhava, na Praça de Maio, local onde também está a sede do governo argentino. 

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Parentes de Nisman, como as filhas e a ex-mulher do promotor, disseram que vão participar do protesto. 

Embora rejeitem a conotação política do protesto, promotores não se opuseram à presença de políticos de oposição na marcha, o que provocou a fúria do governo. Porta-vozes da Presidência e a própria Kirchner passaram a entoar um discurso de confrontação, repetindo fórmula que marca os 12 anos de governo K, e acusam os promotores de "golpismo". 

Moradores de outras cidades argentinas estão se organizando pelas redes sociais para protestar também no interior do país. A seis meses da primeira etapa das eleições presidenciais, Cristina enfrenta uma prova de fogo para seu prestígio político. 

Para analistas políticos do país, porém, ainda não está claro se isso afetará a imagem da presidente e dos candidatos governistas até as eleições. O candidato oficialista mais bem colocado nas pesquisas, Daniel Scioli, sofreu uma perda de intenção de voto nas últimas medições, mas segue virtualmente empatado com os concorrentes de oposição. 

A manifestação não mudará a estratégia de comunicação do kirchnerismo, arrisca Rouvier. Segundo ele, a presidente reforçará a tática de apresentar feitos do governo, como fez nos últimos dias, inaugurando um hospital e um parque no Sul do país. Segundo ele, sondagens feitas por seu instituto indicam que pouco a pouco se modera a percepção de que o governo está envolvido na morte de Nisman. 

Nesta quarta (18), Kirchner vai anunciar o aumento da produção de energia em uma usina nuclear perto da capital. Seus apoiadores prometem reunir milhares de pessoas no evento, para demonstrar apoio popular à presidente.

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