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Rio vive clima de alegria e diversão com foliões fantasiados pelas ruas

Parece esquema de guerra: 15,5 mil policiais com 3,3 mil viaturas e 1,8 mil militares do Corpo de Bombeiros. Monumentos cercados com grades, lojas fechadas, prédios públicos protegidos com tapumes, esquema especial de trânsito, ruas interditadas e reforço

Da Redação

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Em busca dos blocos que animam a cidade do Rio de Janeiro, foliões andam fantasiados pelas ruas da cidadeAkemi Nitahara / Repórter da Agência Brasil
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Em busca dos blocos que animam a cidade do Rio de Janeiro, foliões andam fantasiados pelas ruas da cidadeAkemi Nitahara / Repórter da Agência Brasil
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.02.2015, 18:57:00 Editado em 27.04.2020, 20:02:52
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Parece esquema de guerra: 15,5 mil policiais com 3,3 mil viaturas e 1,8 mil militares do Corpo de Bombeiros. Monumentos cercados com grades, lojas fechadas, prédios públicos protegidos com tapumes, esquema especial de trânsito, ruas interditadas e reforço de contingente nas estações do metrô. Mas a batalha, no caso, só se for de confete ou fanfarra.


O silêncio das ruas desertas do centro da cidade é quebrado por grupos de foliões e vendedores ambulantes em busca do próximo bloco, que seguem o som distante de tambores, metais ou carros de som. Na esquina da Avenida Presidente Antônio Carlos com a Rua Santa Luzia, no centro, um grupo uniformizado de ritmistas guarda seus instrumentos depois da passagem do Cordão da Bola Preta, na tarde de ontem (14). Um casal mais discreto vem do Aterro do Flamengo em busca de mais folia na Praça 15.

Os dois são de Salesópolis, interior de São Paulo, e passam o carnaval no Rio de Janeiro pela primeira vez. Com um amigo que mora no Rio, já tinham ido em blocos na Lapa, no jazz da Rua do Lavradio e em “um bloco de música do Nordeste”, no Aterro. “Na nossa cidade, o carnaval é só à noite, de dia não tem nada”, diz Natascha Ribeiro, formada em direito, com um chapeuzinho rosa de lantejoulas. Sem adereços, o bancário Denis Renó de Farias curtia o clima de festa da cidade.

“Aqui no Rio é todo mundo fantasiado, todo mundo se divertindo, levando a sério o carnaval”. Ele reconheceu a Assembleia Legislativa (Alerj): “não foi aqui aquela confusão nas manifestações?”, questionou. Eles ficam até terça-feira, porque voltam ao trabalho depois da Quarta-Feira de Cinzas, apesar dos blocos saírem no Rio até o domingo dia 22.

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Ruas da cidade do Rio de Janeiro são tomadas
por foliões fantasiados
Foto: Akemi Nitahara / Repórter da Agência Brasil



No metrô do Largo da Carioca, filas para entrar na estação e acessos exclusivos para sair. Um índio de sunga vermelha compra o bilhete enquanto o Super-Homem abraça a Mulher Maravilha na fila. No metrô é proibido andar sem camisa, mas não no carnaval, quando se torna o principal meio de locomoção, em meio a tantas interdições de ruas. Foliões com fantasias improvisadas se unem a passistas de escolas de samba com roupas elaboradas, nos vagões, e muitas vezes a cantoria de marchinhas continua nos subterrâneos. Um cartaz indica qual a estação mais próxima de cada bloco.

É noite de sexta-feira (13) e a Praça São Salvador, em Laranjeiras, na zona sul, está cheia, mesmo sem batuque. Um Batman está a postos para “salvar donzelas em perigo e proteger os frascos e comprimidos”. É o geólogo Pedro Rossi, que lamenta só poder sair da sua forma original durante o carnaval: “porque se não ninguém entende, o espírito do carnaval compele a gente a sair do óbvio e libertar o morcegão que existe dentro de nós. Amanhã, o Bruce Wayne fica em casa, e quem sai é a Nicolly. Ela é muito vulgar”, adianta.

“Este é o clima legal, o dia dos tolos, quando você finge ser uma pessoa que não é, inventa um personagem, é festa”. Domingo de manhã, a praça está bem vazia, mas a professora de educação física Paula Batista Gonçalves, com uma tiara de odalisca, procura diversão para a filhinha Juliana, 2 anos e 10 meses, vestida de noiva. “A gente está procurando bloco, achei que ia ter alguma coisa aqui na pracinha, mas não tem. Então, vou ao Largo do Machado ou ao Aterro do Flamengo para ver. Não gosto desses blocos de muita muvuca, em Copacabana, Ipanema, esses eu não vou não, prefiro os blocos pequenos, parados”.

No Flamengo, um rapaz passa de bicicleta, vestido com um corpete de oncinha, enquanto outro vestido de paleta mexicana espera o ônibus. No Largo do Machado, vários grupos com saias de tule, tiaras de orelha de coelho, perucas coloridas, colares havaianos ou, pelo menos, roupas coloridas e com brilho, seguem para o metrô. No Catete, passa um grupo de robôs de caixa de papelão.

Na Glória, são dois Magnetos (personagem da  levando um enorme saco de gelo na moto. Já na Lapa, quem procura a folia é uma obra do Romero Brito. Na Praça da Bandeira, o painel eletrônico de trânsito avisa: “Acesso proibido [à Avenida] Presidente Vargas. Carros alegóricos na via”. Tudo normal, afinal é assim que as pessoas seguem em busca de folia enquanto o Rei Momo estiver com as chaves da cidade.

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