A baixa remuneração de policiais militares, às vezes considerada motivo a conspirar para a corrupção entre esses funcionários públicos, não se aplica ao coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira. Preso hoje no Rio, ele ostenta um contracheque de R$ 32.251,41 brutos e R$ 17.107,29 líquidos (há descontos usuais e o causado pelo teto de salário determinado por emenda constitucional).
O coronel recebe mais do que o servidor Luiz Fernando de Souza, assim nomeado nos registros do Estado. Trata-se do governador do Rio, conhecido como Pezão. O sistema estadual registra a remuneração mensal bruta de Pezão em R$ 21.968,14 (menos R$ 10.283,27 que o oficial da PM) e, líquida, em R$ 16.330,43 (menos R$ 776,86).
Em tese, Fontenelle não poderia receber mais do que o governador.
A legislação, porém, é um queijo cheio de furos em matéria de possibilidades de aumentar rendimentos.
O coronel e outros PMs foram presos nesta manhã, sob acusação de formação de quadrilha armada (leia reportagem do UOL clicando aqui).
Terceiro quadro da hierarquia da PM e comandante do COE (Comando de Operações Especiais), Fontenelle tinha sob sua chefia, entre outros oficiais, o comandante do Bope, a tropa de elite cuja cultura seria mais avessa à corrupção, conforme a fama.
Ele próprio já foi “caveira'', integrando o Bope.
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